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Obama pede a pastor da Flórida que desista de queimar Alcorão

Presidente diz que plano vai contra valores americanos e pode estimular radicais da Al-Qaeda

Atualização:

Pastor Jones idealizou o 'Dia Internacional da Queima do Corão'.

 

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WASHINGTON - O presidente dos EUA, Barack Obama, pediu nesta quinta-feira, 9, que o pastor Terry Jones desista de queimar o Alcorão, o livro sagrado do Islã, no aniversário dos atentados de 11 de setembro, no próximo sábado. Segundo o democrata, a atitude pode colocar em risco tropas americanas no Afeganistão e incentivar radicais islâmicos da Al-Qaeda.

 

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Em entrevista transmitida nesta quinta-feira, 8, pelo canal ABC, Obama pediu que o reverendo Terry Jones, da Flórida, ouça sua consciência e desista da ideia, classificada pelo presidente como "golpe de publicidade". "Se ele estiver escutando, espero que ele entenda que o que ele propõe é completamente contrário ao valores dos americanos. Nosso país foi construído sobre as noções da tolerância e da liberdade religiosa", disse Obama.

 

"E como uma questão prática, quero que ele entenda que seu golpe publicitário pode colocar em grave perigo todos aqueles que servem o país fora daqui", continuou o presidente.

 

Obama ainda disse que a queima do Alcorão , vai impulsionar a Al-Qaeda e aumentar os níveis de violência contra os soldados americanos no Afeganistão e no Paquistão. "Espero que ele ouça sua consciência e entenda que seus planos levarão a atos de destruição", concluiu o presidente.

 

Jones comanda uma igreja pouco conhecida e é autor do livro The Islam is of the Devil (O Islã é do Demônio, em tradução livre). O pastor afirmou que pretende realizar esse protesto para marcar mais um ano dos atentados de 11 de setembro de 2001.

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A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, o comandante dos EUA no Afeganistão, o general David Petraeus e várias outras autoridades já condenaram os planos do pastor. Lideranças religiosas, como o Vaticano, também se mostraram contrários, o que não fez com que Jones mudasse de ideia.

 

Segundo Jones, o Alcorão é "maléfico" por expor uma verdade que não é a da Bíblia e incita um comportamento violento entre os muçulmanos. Os islâmicos consideram o Alcorão e todo material que tenha seus versos ou os nomes de Allah e do profeta Maomé como sagrados. Qualquer ação que danifique ou desrespeite o Alcorão é considerada extremamente ofensiva.

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