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Obama pede verba para pesquisa e busca acordo para política energética

Por ROBERTA RAM
Atualização:

O presidente dos EUA, Barack Obama, buscou na sexta-feira superar as disputas partidárias sobre a política energética, ao fazer uma proposta modesta para financiar pesquisas sobre carros movidos a qualquer coisa que não seja gasolina. Obama visitou o Laboratório Nacional Argonne, nos arredores de Chicago, que é conhecido por seu trabalho com baterias avançadas usadas em carros elétricos. Depois, fez um discurso destacando a necessidade de encontrar mais formas de evitar o consumo de petróleo em veículos. Novas técnicas de exploração, inclusive o chamado fraturamento hidráulico, oferecem novas perspectivas de produção de petróleo para os EUA, mas o consumidor ainda enfrenta um preço alto na hora de abastecer, porque o preço do combustível está vinculado ao mercado mundial. "A única forma de romper de uma vez esse ciclo de disparada dos preços da gasolina é tirando completamente nossos carros e caminhões do petróleo", disse Obama ao propor um fundo de 2 bilhões de dólares para pesquisas, a ser bancado nos próximos dez anos pelos royalties que o governo recebe pela exploração petrolífera em alto mar. O objetivo da pesquisa seria baratear os veículos movidos a eletricidade, biocombustíveis, gás natural e outras fontes não-petrolíferas. Obama havia mencionado pela primeira vez o Fundo de Segurança Energética no seu discurso anual do Estado da União, no mês passado. A Casa Branca apresentou a ideia como sendo bipartidária, dizendo que ela havia partido de militares reformados e de líderes empresariais, incluindo alguns republicanos. "Não é uma ideia democrata nem uma ideia republicana", disse Obama diante de três carros projetados para usarem combustíveis alternativos. "É só uma ideia inteligente." Mas a aprovação republicana está longe de assegurada. "Para que essa proposta chegue a ser plausível, a concessão de petróleo e gás em terras federais precisaria aumentar dramaticamente", disse Brendan Buck, porta-voz do presidente republicano da Câmara, John Boehner. "Infelizmente, esse governo consistentemente desacelerou, retardou e bloqueou a produção norte-americana de energia." Ao fazer com que seu primeiro discurso energético tivesse foco na pesquisa - assunto que interessa igualmente a republicanos e democratas, empresas e grupos ambientais -, Obama busca construir um terreno comum a respeito de questões de energia, que tem sido uma área de muitas divisões. "Para que algo assim passe no Congresso, ele vai precisar de votos de ambos os lados", disse Michael Levi, pesquisador de energia na entidade Conselho de Relações Exteriores. "Torna-se então sensato para o presidente começar com algo com que o Congresso possa trabalhar."

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