Obama tenta enganar muçulmanos, diz número 2 da Al-Qaeda

Em gravação, Ayman Al Zawahri afirma que 'América veio com novo rosto', mas com políticas iguais às de Bush

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Por Reuters
Atualização:

O líder da Al-Qaeda Ayman Al Zawahri disse em gravação divulgada nesta segunda-feira, 20, por um site islâmico que o presidente dos EUA, Barack Obama, está tentando ludibriar os muçulmanos com políticas iguais às de seu antecessor George W. Bush. "A América veio até nós com um novo rosto, com o qual está tentando nos enganar. Ele está propondo mudanças, mas (pretende) nos mudar para que abandonemos nossa religião e nossos direitos", disse Zawahri, segundo homem na hierarquia da rede terrorista.

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De acordo com ele, a eleição de Obama foi uma admissão do fracasso das políticas de Bush, mas o novo presidente "não mudou a imagem da América entre os muçulmanos. A América ainda está matando muçulmanos", afirmou.

 

Obama promete continuar lutando contra o terrorismo, e para isso determinou o envio de reforços militar ao Afeganistão e ao Paquistão. Por outro lado, prometeu alterar as políticas de seu antecessor, o que inclui acabar com a guerra do Iraque. Zawahri argumentou que os EUA estão perdendo os conflitos no Afeganistão e Iraque, e criticou Obama pelo envio de 17 mil soldados adicionais à Ásia. Outra vertente da nova estratégia norte-americana é intensificar a ajuda civil aos países envolvidos. Em sua gravação, Zawahri, que é egípcio, também alertou o Hamas a não ceder à pressão do Egito e da Autoridade Palestina para que reconheça a existência de Israel. O militante conclamou os palestinos a atacarem israelenses e seus aliados no exterior. "Se as circunstâncias estiverem difíceis em um lugar, estarão mais fáceis em outros. Nossos inimigos, cruzados e judeus, estão espalhados por todo lado". O Egito tem negociado uma trégua entre Israel e o Hamas, que controla a Faixa de Gaza, depois da ofensiva israelense de dezembro e janeiro contra a região. Líderes da Al-Qaeda têm enfatizado o conflito palestino-israelense, considerado por muitos árabes e muçulmanos como uma causa comum, num aparente esforço para ampliar sua base de apoio e influência no Oriente Médio. Mas autoridades de inteligência veem poucos sinais de que o grupo tenha estabelecido uma presença efetiva nas áreas palestinas.

 

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