
10 de setembro de 2010 | 12h51
SÃO PAULO - O presidente dos EUA, Barack Obama, voltou a pedir nesta sexta-feira, 10, que o pastor Terry Jones, líder de uma igreja protestante da Flórida, não promova a queima de livros do Alcorão - o livro sagrado do Islã - no aniversário dos atentados de 11 de setembro, no sábado.
Em entrevista coletiva na Casa Branca, transmitida pela rede de TV CNN, Obama reafirmou que a atitude colocaria vida de soldados americanos no Afeganistão em risco, mas indicou que o caso não deveria ser superestimado.
"Esperamos que isso não se repita pelo país como um modo de ganhar atenção. Não brinque com isso. Vidas de homens e mulheres de uniforme estão em jogo", disse o presidente.
Obama também ressaltou a liberdade de culto na sociedade americana e lembrou que seu país não está em guerra contra o Islã. "Nosso inimigo é a Al-Qaeda. Somos uma nação temente a Deus. Este Deus pode ter diferentes nomes, mas ainda sim somos uma nação".
"A ideia de que queimaríamos o texto sagrado de outra religião é contrário a tudo que os EUA representam", acrescentou.
Na quinta-feira, o pastor anunciou que havia desistido de queimar o livro sagrado do Islã. Horas mais tarde, disse que a decisão estava suspensa, mas não cancelada. Hoje, em entrevista à rede de TV ABC, Jones não deixou claro se abandonou ideia.
O reverendo Jones pretende se reunir com o imã responsável pelo plano de construir um centro islâmico próximo ao marco zero do 11 de setembro. Em troca da desistência da queima do Alcorão ele quer que a construção seja feita longe do local onde ficavam as torres gêmeas do World Trade center, destruídas há nove anos por terroristas da Al-Qaeda.
Leia ainda:
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.