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Oposição acelera campanha para derrubar presidente da Geórgia

Por MATT ROBINSON E MARGARITA ANTIDZE
Atualização:

Líderes da oposição georgiana disseram nesta segunda-feira que realizarão protestos diários contra o presidente do país, Mikheil Saakashvili, enquanto tentam manter firme sua campanha para forçar sua renúncia. Cerca de 20 mil pessoas protestaram nesta segunda-feira ao lado do Parlamento da ex-república soviética, no quinto dia de manifestações. Líderes oposicionistas dizem que continuarão com os protestos até Saakashvili deixar o cargo devido a acusações de autoritarismo em seu governo e à fracassada guerra contra a Rússia no ano passado. "Assim ele vai ouvir nossas vozes muito mais alto", afirmou Kakha Kukava, um entre os mais de dez líderes da oposição que participam da campanha. A adesão aos protestos caiu durante o fim de semana, e houve sinais de que alguns líderes oposicionistas tendiam a negociar com o presidente para encontrar uma saída para o impasse. Cerca de 60 mil pessoas participaram dos protestos na quinta-feira, seguidas por 20.000 na sexta, bloqueando uma avenida central de Tbilisi e as principais vias que levam ao gabinete do presidente e à emissora de televisão estatal. Críticos acusam Saakashvili, que chegou ao cargo na Revolução Rosa de 2003, de monopolizar o poder e exercer pressão sobre o judiciário e a imprensa. A guerra do ano passado, quando a Rússia suprimiu um ataque georgiano na Ossétia do Sul, animou a oposição, que acusa o líder de 41 anos de cometer muitos erros para poder permanecer no poder até 2013. Mas analistas duvidam de que a oposição possa permanecer unida ou reunir forças por um grande período para forçar a renúncia do presidente. Apesar da perda de alguns importantes aliados e repetidas mudanças no seu gabinete desde a guerra, a posição de Saakashvili parece permanecer forte. O Ocidente, que recebe petróleo do Mar Cáspio via Geórgia, observa a situação com atenção. Em novembro de 2007, a polícia atirou gás lacrimogêneo e disparou balas de borracha para dispersar as últimas manifestações pacíficas contra o presidente. Diplomatas dizem que um impasse prolongado pode causar distúrbios. O enviado especial da União Europeia para o sul do Cáucaso, Peter Semneby, tem tentado intermediar o diálogo, mas líderes da oposição mandaram sinais distintos em relação à sua propensão para negociar. "Pessoas como Semneby têm falado com eles", disse à Reuters uma autoridade do governo. "Existem ações, mas elas ainda não deram em nada."

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