Parte das acusações contra oficial em Abu Ghraib é retirada

Tenente-coronel foi diretor do Centro de Interrogatório da prisão iraquiana entre 2003 e 2004

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Um juiz militar desprezou na segunda-feira, 20, duas acusações contra o tenente-coronel Steven Jordan, o único oficial do Exército dos Estados Unidos julgado pelos abusos cometidos contra detidos iraquianos na prisão de Abu Ghraib. Jordan, 51 anos, se declarou inocente de todos as acusações. Ele ainda enfrenta a corte marcial em Fort Meade, Maryland. Nesse tribunal ele precisará se defender de quatro indicativos de crime. Se for declarado culpado pode receber penas de mais de oito anos. Caso tivessem sido mantidas todas as acusações, as sentenças poderiam subir a mais de 16 anos. Os abusos cometidos na prisão iraquiana foram revelados no começo de 2005, por meio de fotografias no mundo todo. As imagens reportavam prisioneiros amarrados, sem roupa, atacados por cachorros, e encapuzados, forçados a ficar em determinada posição por longos períodos de tempo. As acusações feitas contra Jordan são referentes ao período entre 17 de setembro de 2003 e 19 de agosto de 2004, quando ele dirigiu o Centro de Interrogatório da prisão iraquiana de Abu Ghraib, informou o Exército. O líder da equipe de defesa de Jordan, capitão Samuel Spitzberg, sustenta que embora Jordan fosse o diretor do centro de interrogatórios, ele passou a maior parte de seu tempo tentando melhorar as péssimas condições em que viviam os soldados em Abu Ghraib. No mês passado em uma entrevista ao jornal The Washington Post, Jordan rejeitou as acusações e disse: "Não sou culpado de nada que tenha a ver com Abu Ghraib, e estou farto de tudo isso". O tenente-coronel Jordan não aparece em nenhuma das fotografias nas quais se mostra o abuso de prisioneiros. Entretanto, ele é acusado de ter aprovado o uso, ilegal, de cachorros e nudismo durante os interrogatórios para amedrontar e humilhar os detidos.

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