Polícia mata um suspeito de atentado em Boston e caça o outro

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Por SCOTT MALONE E TIM MCLAUGHLIN
Atualização:

A polícia matou nesta sexta-feira um suspeito de cometer o atentado desta semana na Maratona de Boston, e está revistando casas em Watertown, no subúrbio da cidade, em busca de outro envolvido, após uma madrugada violenta com tiros e explosões nas ruas. Uma autoridade nacional de segurança identificou o suspeito morto como Tamerlan Tsarneav, de 26 anos, e o foragido como Dzhokar A. Tsarnaev, de 19 anos. Os irmãos se radicaram nos EUA há vários anos, segundo essa fonte. As autoridades interditaram vários quarteirões de Watertown e orientaram os moradores a não saírem de casa nem abrirem as portas a estranhos, e disseram que o suspeito foragido está armado e é perigoso. Os transportes públicos na região metropolitana de Boston foram suspeitos, e o espaço aéreo sofreu restrições. Durante a noite, um guarda universitário foi morto, um policial de trânsito ficou ferido, e os suspeitos roubaram um veículo antes de começarem a ser perseguidos pela polícia em meio a um tiroteio. O homem que morreu era o suspeito identificado em fotos na cena do atentado como o suspeito número 1 -- o que usava boné escuro e óculos de sol. O suspeito 2, que está sendo caçado, aparecia nas fotos com boné branco virado para trás. "Acreditamos que (o suspeito foragido) seja um terrorista", disse o comissário de polícia de Boston, Ed Davis. "Acreditamos que seja um homem que veio aqui para matar pessoas. Precisamos colocá-lo sob custódia." Uma grande quantidade de policiais fortemente armados e blindados foi a Watertown para realizar buscas em cada casa, numa área de 20 quarteirões. Segundo a polícia, os dois suspeitos portavam explosivos durante o confronto com a polícia na noite de quinta-feira e na madrugada de sexta. Artefatos suspeitos foram submetidos a explosões controladas. Quando os policiais se aproximaram dos dois homens durante a madrugada, foram atacados com tiros e explosivos. Um suspeito foi baleado e levado ao hospital, onde morreu. Os dois homens são suspeitos de terem preparado bombas caseiras com panelas de pressão, as quais foram deixadas dentro de mochilas perto da linha de chegada da famosa Maratona de Boston, na segunda-feira. ROTINA ALTERADA O incidente deixou três mortos e 176 feridos, no pior atentado em território norte-americano desde os ataques da Al Qaeda com aviões sequestrados em 11 de setembro de 2001. Na quinta-feira, as autoridades divulgaram imagens de câmeras de segurança apontando os suspeitos. Cerca de cinco horas depois, um agente da guarda universitária foi baleado e morto no campus do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), segundo nota da promotoria do condado de Middlesex. Pouco depois, a polícia recebeu o aviso de que dois homens haviam roubado um carro e mantido o proprietário dentro do veículo por cerca de meia hora, até libertá-lo, segundo a promotoria. A polícia então perseguiu esse carro até Watertown, onde os explosivos foram atirados pelo veículo na direção dos policiais, e houve tiroteio, de acordo com esse relato. "Durante a troca de tiros, acreditamos que um dos suspeitos tenha sido atingido e afinal levado sob custódia. Um segundo suspeito conseguiu fugir daquele carro, e há uma busca ativa em curso a esta altura", disse em entrevista coletiva o superintendente da polícia estadual de Massachusetts, coronel Timothy Alben. Richard Wolfe, chefe do pronto-socorro do hospital que recebeu o suspeito ferido, disse que ele sofreu múltiplas lesões, provavelmente por tiros e explosões, o que causou uma parada cardiorrespiratória. Questionado sobre a quantidade de tiros que ele levou, o médico afirmou: "Incapaz de contar". O governo estadual suspendeu, por precaução, os serviços de metrô, ônibus e trens na região de Boston. As autoridades pediram a moradores de vários subúrbios da região que evitem sair de casa, e orientaram o comércio dessas áreas a não abrir até segunda ordem. O MIT cancelou suas aulas na sexta-feira. A Administração Federal de Aviação fechou a parte mais baixa do espaço aéreo sobre Boston. A Casa Branca disse que o presidente Barack Obama foi informado durante a noite da situação. (Reportagem adicional de Alex Dobuzinskis em Los Angeles e David Bailey em Minnesota)

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