População hispânica nos EUA cresce e avança para novas cidades

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Por TIM GAYNOR
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Os hispânicos nos Estados Unidos estão saindo de seus redutos tradicionais no Sudoeste e passando a morar em Estados onde nunca houve uma presença muito forte de latinos, de acordo com dados preliminares do censo norte-americano deste ano. "Durante muito tempo os latinos foram um fato da vida no Sudoeste americano, e só", disse John Weeks, professor de geografia e diretor do Centro Internacional de População da Universidade Estadual de San Diego. "Ao longo dos últimos 20 anos, porém, houve um crescimento de migrantes em locais como Charlotte (Carolina do Norte), originalmente levados para trabalhar na construção civil." Os latinos lideram a transformação dos Estados Unidos, onde as minorias étnicas e raciais devem se tornar maioria até o meio do século, de acordo com projeções do órgão responsável pelo censo norte-americano. Há mais de 45 milhões de hispânicos nos EUA, o dobro do número de 20 anos atrás, de acordo com o American Community Survey, divulgado este mês, antes dos dados do Censo Decenal de 2010, lançados na terça-feira. A pesquisa baseou-se em estimativas de cinco anos, de 2005 a 2009. Há muito tempo presentes nos Estados da fronteira com o México, como o Arizona, os latinos cada vez mais se mudam para o interior dos EUA para trabalhar em Estados como Georgia e Carolina do Norte, onde o número proporcional de hispânicos cresceu cerca de 50 por cento desde 2000. Um sinal desse crescimento está no condado de Mecklenburg, na Carolina do Norte, que inclui a cidade de Charlotte: uma em cada cinco crianças nascidas ali tem mães hispânicas. "Esta cidade não é mais pensada como uma "cidade do Sudeste", disse Rocio Gonzales, da Câmara de Comércio Latino-Americana em Charlotte, ao comentar a transformação da cidade. Embora fosse difícil encontrar um lugar para dançar salsa quando ela se mudou para lá em 1999, Gonzalez, que tem origem colombiana, conta que agora há clubes abertos até mesmo nos dias da semana. O Bureau do Censo projeta que a população hispânica norte-americana praticamente triplicará para mais de 130 milhões de habitantes até 2050, quando quase um em três residentes norte-americanos serão latinos. O crescimento rápido em parte é resultado da imigração econômica maior proveniente do México e da América Latina, que ajudou a aumentar a população hispânica nascida fora dos EUA para 37 milhões, dos 31milhões de uma década atrás. Mas o número também indica uma taxa de natalidade relativamente alta entre os hispânicos, que tendem a ser pais mais jovens e a ter famílias maiores do que seus vizinhos brancos e negros, dizem os analistas.

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