20 de janeiro de 2021 | 14h10
O novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, escolheu os membros de sua equipe com históricos de acordo com aquilo que ele sinalizou que seria seu governo: ex-funcionários de outras gestões do Partido Democrata e atentos a questões raciais e de meio ambiente.
As pessoas que ocuparão os principais cargos, como Secretaria de Estado e Departamento do Tesouro, fizeram parte tanto do governo de Bill Clinton como o de Barack Obama.
Biden ainda convocou políticos experientes para integrar seu governo em cargos de menos projeção.
John Kerry, que será o enviado especial da presidência para o clima, foi candidato à presidência e é um dos maiores nomes do Partido Democrata. Pete Buttigieg, que comandará a Secretaria de Transportes, foi um dos principais concorrentes de Biden nas prévias do Partido em 2020.
Veja abaixo quem são os principais funcionários do governo Joe Biden:
O principal responsável pelas relações com outros países foi assessor de Bill Clinton, conheceu Joe Biden no Senado e trabalhou como secretário-executivo de John Kerry quando esse estava à frente da Secretaria de Estado. Biden conhece Antony Blinken há cerca de 20 anos.
Janet Yellen já foi a presidente do Federal Reserve (conhecido como Fed) antes, o órgão responsável pela política monetária do país. Yellen vai ocupar, em governos diferentes, os dois cargos mais importantes da economia do país.
Lloyd Austin é um general de quatro estrelas. Ele tem uma carreira militar de cerca de 40 anos, e estava na reserva até ser nomeado por Joe Biden. Ele se formou na academia de West Point, como a maior parte dos militares de elite dos EUA. Ele foi chefe de diferentes operações dos EUA em diferentes países do Oriente Médio durante três anos da gestão de Barack Obama.
Burns é um diplomata de carreira. Foi o responsável pelas negociações secretas entre os EUA e o Irã que culminaram com o acordo nuclear. Também já foi embaixador na Rússia e na Jordânia. Ele ainda foi subsecretário para temas políticos e vice-secretário de Estado do governo de Obama.
Kerry foi secretário de Estado durante a segunda gestão de Obama, foi candidato do Partido Democrata à presidência dos EUA em 2004 e senador do estado de Massachusetts entre 1985 e 2003. Ficou conhecido nos EUA como um veterano da Guerra do Vietnã que denunciou os problemas daquele conflito
Buttigieg foi um dos concorrentes de Joe Biden nas prévias do Partido Democrata em 2020. Ele chegou a liderar a corrida no começo, mas acabou desistindo e declarou apoio ao atual presidente. Ele foi prefeito da cidade de South Bend, em Indiana.
Quando foi nomeado por Biden, ele ocupava o cargo de procurador-geral da Califórnia, que já foi de Kamala Harris. Foi deputado pelo estado. No legislativo, defendeu pautas dos direitos dos latino-americanos e o programa de saúde do ex-presidente Barack Obama (conhecido como Obamacare, que foi questionado na Justiça pelo governo de Donald Trump).
A deputada democrata Deb Haaland, que vai ocupar o cargo de secretária do Interior, é a primeira mulher de origem indígena a ocupar o posto. Ela já criticou o presidente brasileiro Jair Bolsonaro pela política ambiental.
Não é a primeira vez que Mayorkas trabalha para o governo, ele já foi diretor do serviço de imigração e cidadania, no primeiro governo de Obama, e secretário-executivo de Segurança Interna, na segunda gestão de Obama. É o primeiro latino e imigrante nomeado como secretário do Departamento de Segurança Interna.
Thomas-Greenfield tem 35 anos no serviço de relações exteriores dos EUA. Ela trabalhou em quatro continentes. No primeiro governo de Obama, ela esteve na Libéria. Na segunda gestão, foi para o Birô de Assuntos Africanos. Ela também já trabalhou para o serviço diplomático dos EUA no Quênia, Nigéria, Gâmbia, Jamaica, Paquistão e Suíça.
Outra veterana do governo Obama, Haines já ocupou os cargos de vice-diretora da CIA e vice-conselheira de Segurança Nacional. Será a primeira mulher a liderar a comunidade de inteligência americana.
Vilsack volta a um cargo que ele já ocupou: ele foi secretário de Agricultura entre 2009 e 2017. Ele também já foi governador do estado de Iowa, que é importante para o setor.
Fudge, uma deputada pelo estado de Ohio, é uma das afro-americanas no governo. Aliados de Biden tentaram pressioná-lo para nomear Fudge para o Departamento de Agricultura, que seria um posto menos tradicional para uma política afro-americana.
Ela foi a governadora do estado de Rhode Island antes de ser convidada por Biden. Ela é considerada uma democrata moderada. Já trabalhou no setor financeiro. Sua nomeação foi considerada uma escolha tradicional para o posto.
Até ser convocado por Biden, ele era o prefeito da cidade de Boston. Walsh abandonou a universidade e foi trabalhar num sindicato da construção civil. Depois disso, ocupou um cargo no sindicato nacional dos trabalhadores da categoria. Ele mesmo relata que teve problemas com o álcool até a metade dos anos 1990, quando procurou tratamento.
Guzman é a diretora do escritório da Califórnia para pequenas empresas. Ela já trabalhou na agência federal durante o governo de Obama.
Ex-governadora do estado de Michigan que defende o desenvolvimento de energias renováveis.
Ele foi o comissário de educação do estado de Connecticut. Cardona já foi professor de escola pública.
Klain foi o chefe de gabinete de Biden na época da vice-presidência. Ele também trabalhou com Al Gore, vice-presidente de Bill Clinton.
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