PUBLICIDADE

Preso de Guantánamo será julgado por corte dos EUA

Por TABASSUM ZAKARIA
Atualização:

Um suposto militante da Al Qaeda, acusado pelos atentados de 1998 contra embaixadas dos EUA na África, se tornará o primeiro preso da base de Guantánamo a ser levado a julgamento numa corte civil dos EUA, disse o Departamento de Justiça na quinta-feira. A decisão de julgar Ahmed Khalfan Ghailani, acusado de envolvimento nos atentados quase simultâneos na Tanzânia e no Quênia, em uma corte federal de Nova York deriva da atual revisão dos processos de 240 estrangeiros presos na base naval de Guantánamo, encravada em Cuba, cuja prisão será fechada por ordem do presidente Barack Obama. "Ao processar Ahmed Ghailani em uma corte federal, garantiremos que ele finalmente responda por seu suposto papel na explosão das nossas embaixadas na Tanzânia e no Quênia", disse o secretário de Justiça Eric Holder em nota. "Este governo está comprometido em manter o povo norte-americano seguro e em preservar o estado de direito, e em fechar Guantánamo e trazer os terroristas recolhidos lá para a Justiça, onde tornaremos nossa nação mais forte e segura", afirmou. A prisão de Guantánamo foi criada depois dos atentados de 11 de setembro de 2001 nos EUA, para manter suspeitos de terrorismo capturados principalmente no Afeganistão. Suspeitas de maus tratos a presos no local contribuíram para prejudicar a imagem dos EUA no exterior, e Obama determinou nos primeiros dias de seu mandato, em janeiro, que a prisão fosse desativada. Mas vários parlamentares se opõem à transferência dos presos para os EUA, alegando que isso ameaçaria a segurança nacional, mesmo que eles estejam detidos. Obama deve se manifestar sobre tais preocupações na quinta-feira. Ghailani, um tanzaniano detido em 2004 no Paquistão, foi um dos 14 "detentos de alto valor" transferidos de prisões secretas da CIA para Guantánamo em setembro de 2006. Ele foi indiciado pela primeira vez em Nova York em 1998 por acusação de conspirar com o líder da Al Qaeda, Osama bin Laden, e com outros militantes para matar norte-americanos no exterior e por envolvimento nos atentados contra as embaixadas, em agosto de 1998.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.