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Quando o Halloween se tornou real em Nova York

Depois do ataque que matou 8 pessoas e feriu 11, crianças fantasiadas acabaram limitando seus planos de pedir doces na vizinhança

Atualização:

NOVA YORK - Uma criança fantasiada de morte passeia na noite fria do bairro de Tribeca pedindo doces, em meio a jornalistas e policiais, após o ataque terrorista que deixou 8 mortos e 11 feridos na cidade de Nova York nesta terça-feira, 31.

No dia em que os Estados Unidos festejam o Halloween (Dia das Bruxas) e as crianças e jovens se divertem assustando as pessoas, a morte surgiu de fato em Nova York, aterrorizando a cidade de 8,5 milhões de habitantes.

Uma família fantasiada para o Halloween se aproxima de guardas policias que trabalham após o atropelamento que matou 8 pessoas em Nova York. Foto: Kena Betancur/Getty Images/AFP

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Um homem jogou sua caminhonete contra ciclistas e pedestres em "um ato de terrorismo" em plena Manhattan, segundo o prefeito Bill de Blasio.

"Foi terrível. Estamos aqui todos os dias, é o caminho para nossa escola, do passeio do cachorro, para o super (mercado)", revela Yvonne Villiguer, 52, mãe do menino de nove anos fantasiado de morte.

Os dois pretendiam bater de porta em porta no bairro, na melhor tradição do Halloween para propor "doces ou travessuras", mas tiveram que mudar seus planos e limitaram a aventura a um prédio próximo.

"Acabaram com o Halloween", lamentou Conce Dadd, um porteiro de 41 anos de um prédio a poucos metros do local do atentado, na rua Warren, enquanto abria a porta para um menino fantasiado de lutador de  sumô e para outro de Harry Potter.

Uma mãe corre atrás de três meninas, com entre 10 e 12 anos, fantasiadas de Alice no País das Maravilhas, Minnie e pastora, em meio às luzes dos carros da polícia e dos bombeiros.

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A princípio, a mulher teve medo de sair de casa devido ao ataque, mas as crianças estavam tão excitadas com a noite aguardada durante todo o ano que ela decidiu sair. "Estou nervosa e triste, porque é o cúmulo que aconteça algo assim, e logo neste dia tão especial e perto da escola", lamenta Angélica Piñera diante do colégio primário, que fechou suas portas por segurança.

Chapeuzinho Vermelho e Lobo Mau, filhos de Ilke Mancov, outro morador de Tribeca, ignoram o cordão de isolamento colocado pela polícia para continuar com sua missão de conquistar doces e chocolates, sob a vigilância dos pais.

"Estava muito preocupado por minha família, soube disto quando estava no trabalho, moramos apenas uma quadra do local do crime e tem muita criança por aqui", revelou Mancov, mostrando que há uma escola primária de um lado e um colégio secundário do outro.

"É assim este mundo em que vivemos. Se (o ataque) ocorresse uma hora antes, todas estas crianças estariam saindo da escola e teria sido muito pior". / AFP

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