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Representantes de EUA e Irã se reuniram em Haia, diz Hillary

Secretária de Estado americana afirma que representantes dos dois países concordaram em manter contato

Por Agências internacionais
Atualização:

A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, confirmou nesta terça-feira, 31, que representantes dos Estados Unidos e do Irã se reuniram em Haia, na Holanda. O encontro desta terça-feira ocorreu às margens da conferência para o Afeganistão, que reúne representantes de mais de 80 países e entidades envolvidos com o conflito no país, e foi o primeiro desde que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, declarou que buscaria melhorar as relações entre os dois países.

 

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Durante entrevista coletiva, Hillary afirmou que o vice-chanceler iraniano, Mohammed Mehdi Akhoundzadeh, e o enviado dos EUA para o Afeganistão, Richard Holbrooke, tiveram um encontro "cordial e não planejado" e que os representantes de Teerã concordaram em manter contato. 

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As relações entre os dois países foram cortadas quase 30 anos atrás, quando militantes xiitas tomaram a Embaixada dos EUA em Teerã, mantendo mais de 50 pessoas reféns por 444 dias. Ao contrário do que fazia o governo de George W. Bush, o governo de Barack Obama vem buscando ativamente um envolvimento dos EUA com o Irã, especialmente em questões de preocupação comum, como o Afeganistão. Hillary havia sugerido pessoalmente que o Irã enviasse um representante à conferência na Holanda, onde Teerã apoiou a nova estratégia dos EUA para a guerra do Afeganistão.

 

Embora o novo governo dos EUA tenha dito que quer aproximar-se do Irã, Hillary descartou a possibilidade de gestos importantes com o Irã na reunião em Haia e havia dito anteriormente não ter planos para um encontro separado com o vice-ministro do Exterior iraniano. Em referência ao discurso de Akhoundzadeh, Hillary disse: "A intervenção do representante iraniano apresentou algumas idéias muito claras que vamos discutir juntos."

 

"O fato de terem vindo aqui e discursado é um sinal promissor de que haverá cooperação futura", ressaltou a secretária de Estado. Hillary lembrou que o discurso do vice-ministro iraniano foi "promissor", já que, segundo ela, abordou questões construtivas, como um melhor controle da fronteira comum com o Afeganistão ou a luta contra o tráfico de drogas.

 

Hillary disse que durante a conferência uma carta do governo dos EUA foi entregue ao Irã, pedindo ajuda humanitária para três norte-americanos no Irã que, segundo ela, não estão conseguindo retornar aos EUA. A secretária identificou os três como sendo Robert Levinson, um ex-agente do FBI que desapareceu há dois anos durante uma viagem de negócios ao Irã, e a jornalista freelancer iraniano-americana Roxana Saberi. A terceira pessoa, Esha Momeni, é um estudante iraniano-americano detido no Irã no ano passado. O Departamento de Estado divulgou um trecho da carta: "Pedimos ao Irã que utilize todos seus meios para localizar e assegurar o retorno rápido e seguro de Robert Levinson, para conceder a libertação de Roxana Saberi e para autorizar as viagens de Roxana Saberi e Esha Momeni"."Esses atos certamente constituiriam um gesto humanitário da República Islâmica do Irã, que seria condizente com o espírito de renovação e generosidade que marca o ano novo persa", disse Hillary. O senador norte-americano Bill Nelson escreveu a Hillary na semana passada, exortando que tratasse do caso de Levinson com os iranianos enquanto estivesse em Haia.

 

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Coreia do Norte

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Hillary afirmou ainda que os preparativos da Coreia do Norte para lançar um míssil são um outro exemplo do comportamento provocativo do país, e o Japão tem todo o direito de se defender. A Coreia do Norte anunciou que pretende colocar um satélite em órbita no espaço, mas os EUA e seus aliados asiáticos afirmam que o lançamento, na verdade, seria um teste para um míssil de longo alcance com capacidade para atingir o território norte-americano. "Esse é um exemplo infeliz e contínuo de provocação dos norte-coreanos", disse Hillary, a jornalistas, durante conferência em Haia. "Haverá consequências", acrescentou a secretária, sobre possíveis medidas do Conselho de Segurança da ONU.

 

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