Sandy causa prejuízo de US$ 200 milhões por dia a Nova York

Maior cidade dos EUA gastou US$ 29,2 milhões nos preparativos de emergência para o furacão

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NOVA YORK - As consequências da supertempestade Sandy estão custando a Nova York, a maior cidade americana, até US$ 200 milhões por dia em perda de atividade econômica, desde a venda de fatias de pizza a fusões corporativas e outros acordos em Wall Street, de acordo com a controladoria da cidade.

 

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Nova York gera até 2 bilhões de dólares por dia a partir de diversas atividades econômicas, em média. Mas a "Big Apple" pode perder 10 por cento disso ou mais por bastante tempo, disse o chefe da controladoria municipal, John Liu, em entrevista à Reuters na quarta-feira. A tempestade Sandy atingiu o continente norte-americano a partir de Nova Jersey na segunda-feira, provocando grandes inundações, quedas de energia, suspensão dos sistemas de transporte e ao menos 64 pessoas mortas nos Estados Unidos. O impacto a longo prazo da tempestade sobre a capital financeira mundial ainda não está claro, mas a cidade deve recuperar a maior parte da sua produção. "Ao longo dos últimos dois dias, a atividade econômica está cerca de 20% abaixo do normal. É uma enorme queda. E isso provavelmente não vai voltar a 100% por algum tempo", disse Liu. "Com base no histórico, a maior parte da atividade econômica não está completamente perdida, está apenas suspensa. Não acreditamos que a perda permanente da atividade econômica ultrapasse US$ 1 bilhão."

 

Ajuda federal e dinheiro do seguro

 

Mas há outros custos. A cidade que nunca dorme também está perdendo "vários milhões" de dólares por dia em receitas fiscais, segundo Liu. Nova York também gastou US$ 29,2 milhões nos preparativos de emergência para cobrir equipamentos pesados, mão de obra, transporte, refeições prontas, tanques de oxigênio, equipamento de construção, engenheiros e muito mais. Em comparação, a cidade gastou US$ 12 milhões em contratos de emergência para o furacão Irene, em 2011, acrescentou Liu. Sandy pode ter causado prejuízos econômicos totais de US$ 10 bilhões a US$ 20 bilhões, com US$ 5 bilhões a US$ 10 bilhões em perdas seguradas. Entre 30% e 40% destes gastos são na cidade de Nova York, de acordo com a Eqecat, uma consultora de risco de catástrofes para as seguradoras. A Agência Federal de Gerenciamento de Emergência (Fema, na sigla em inglês) poderia reembolsar a cidade por até 75% das perdas. O governador de Nova York, Andrew Cuomo, pediu ao governo federal, na quarta-feira, para reembolsar até 100% dos gastos do governo estadual e local com limpeza. O dinheiro da Fema, os possíveis bilhões de dólares de empresas de seguro e o trabalho de reconstrução e reparação pelos quais pagam, pode ser um "tiro no braço econômico" para a cidade, mas que ainda está de vários meses a um ano de distância, disse Liu. Nova York normalmente pega emprestado de US$ 12 bilhões a US$ 15 bilhões por ano para pagar os custos de capital e de refinanciamento de dívida antiga. A cidade poderia usar parte desse dinheiro para pagar pela reparação de infraestrutura depois de Sandy, mas Liu não espera "uma enorme quantidade de empréstimos por parte da cidade para recuperar os bens danificados." Outras agências, como a Autoridade Portuária de Nova York e de Nova Jersey, separadamente declaram bilhões de dólares em dívidas a cada ano e também têm participações importantes na infraestrutura na região de Nova York. Liu não prevê que a tempestade irá prejudicar a capacidade da cidade para pedir dinheiro emprestado a taxas baixas.

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