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Se inteligência falhar, plano antimísseis pode mudar, diz Gates

Atualização:

O secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, disse nesta sexta-feira que os planos de defesa antimísseis do país para a Europa poderiam ser alterados se as informações do setor de inteligência sobre o Irã, indicando que os mísseis iranianos de longo alcance não representam ameaça imediata, não se confirmarem. Ele disse que a pesquisa e desenvolvimento de interceptores baseados em terra continuarão como um recurso de apoio. "Eu provavelmente estou mais familiarizado com os riscos de confiança exagerada em inteligência do que qualquer outra pessoa porque tenho visto com que frequência ela está errada", disse Gates aos repórteres no Pentágono. O presidente norte-americano, Barack Obama, disse na quinta-feira que iria desvencilhar-se do plano de defesa antimísseis do ex-presidente George W. Bush, que se concentrava em mísseis iranianos de longo alcance, e direcionaria seus esforços para interceptadores maiores estacionados em terra e radares no Leste Europeu. "Se a inteligência estiver errada e os iranianos desenvolverem uma capacidade mais cedo do que a inteligência está dizendo, esta arquitetura nos dá uma chance melhor de sermos capazes de lidar com essa situação", comentou Gates, que também foi secretário de Defesa no governo Bush. Gates afirmou que as novas tecnologias que serão usadas darão aos EUA "mais flexibilidade." Generais russos diziam que o sistema de Bush poderia ser usado para neutralizar o vasto poder de dissuasão nuclear da Rússia. Nesta sexta-feira, o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, elogiou a atitude de Obama, qualificando-a de "correta e corajosa." Críticos viram a decisão como um sinal de fraqueza de Obama que poderia ser explorado por Moscou e questionaram os dados de inteligência que orientaram a mudança de sistema. Gates disse que a inteligência mostrou que os iranianos estavam produzindo e instalando um número significativo de mísseis de curto e médio alcance, em vez de mísseis de longo alcance. "Os interceptadores em terra foram de fato projetados principalmente para lidar com não mais do que cinco alvos. E nós dávamos como certo que eles seriam (mísseis) de longo alcance", disse ele. "O que temos visto com os iranianos é que eles estão produzindo e instalando número significativo de mísseis de curto e médio alcance", afirmou, observando que, por isso, não era necessário o sistema proposto pelo governo Bush. (Reportagem de Phil Stewart)

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