10 de dezembro de 2009 | 08h50
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta quinta-feira, 10, que outros mereciam mais o Prêmio Nobel da Paz do que ele. O americano discursa hoje, às 10h, em Oslo, na Noruega, na cerimônia de entrega do prêmio.
"Eu não tenho dúvida de que há outros que devem merecer mais" o prêmio, disse Obama em entrevista coletiva conjunta ao lado do primeiro-ministro norueguês, Jens Stoltenberg. O presidente acrescentou que ficou surpreso com o fato de ser apontado como vencedor, em outubro.
Obama se comprometeu, porém, a trabalhar para implementar sua política externa, incluindo a busca por uma paz duradoura, a segurança mundial e a estabilização do Afeganistão. Outras prioridades anunciadas por ele são o combate à mudança climática e a redução das armas nucleares.
"A meta não é ganhar um concurso de popularidade ou receber um prêmio, mesmo um prestigioso como o Prêmio Nobel da Paz. O objetivo é avançar nos interesses da América", disse ele.
"Se eu tiver sucesso nessas tarefas, então espero que parte das críticas diminuirá, mas essa não é na verdade minha preocupação", afirmou Obama. "Se não tiver sucesso, então os elogios e prêmios não esconderão esse fato."
Ontem, a Casa Branca disse que Obama não pode ser comparado com outros laureados pelo prêmio, como Madre Teresa de Calcutá ou Nelson Mandela.
"O presidente compreende e sabe que não está no mesmo nível do ex-presidente sul-africano ou da fundadora da Ordem das Missionárias da Caridade na Índia, a Madre Teresa", explicou o porta-voz Robert Gibbs.
A Casa Branca respondeu às críticas pelo fato de que Obama receberá o prêmio poucos dias após ter anunciado o envio de mais 30 mil soldados americanos ao Afeganistão, que se somarão a um contingente que conta com mais de 60 mil homens e mulheres.
Por sua vez, o conselheiro-adjunto de Segurança Nacional da Casa Branca e redator dos discursos de Obama, Ben Rhodes, afirmou que o presidente americano sente que a concessão do Nobel "representa uma responsabilidade".
Segundo Rhodes, Obama explicará em seu discurso pelo recebimento do prêmio sua percepção de como os EUA devem liderar o mundo e dirá que todos os países devem contribuir, ainda que de forma simples, para a promoção da paz.
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