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Senado dos EUA pretende votar na 2ª lei que permite gastos de US$ 1,1 trilhão

Por RICHARD COWAN E DAVID LAWDER
Atualização:

O Senado dos Estados Unidos teve dificuldade na sexta-feira de aprovar uma lei que permite gastos de 1,1 trilhão de dólares, que evitaria uma paralisação do governo dos EUA, e adiou a votação até segunda-feira, quando os obstáculos regimentais à análise do texto começam a desaparecer. As negociações entre democratas e republicanos para acelerar o processo de votação fracassaram durante conversas realizadas tarde da noite em um Capitólio praticamente vazio. Caso não seja feito um acordo para agilizar o procedimento, o Senado deve realizar uma votação regimental na madrugada de domingo para abrir caminho para a aprovação na segunda-feira. O fracasso nas negociações encerra uma semana em que a aprovação da lei de gastos para financiar boa parte das atividades do governo até 30 de setembro de 2015 avançaram aos trancos e barrancos. Alguns senadores, irritados com o fato de a lei amenizar algumas das exigências feitas pela lei de regularização bancária Dodd-Frank, queriam a chance de retirar do texto essas medidas. Mas as exigências de alguns republicanos conservadores para uma votação separada de uma emenda para retirar imediatamente financiamento para a implementação de um programa de imigração recentemente anunciado pelo presidente dos EUA, Barack Obama, prejudicaram o progresso da lei sobre gastos na sexta. Para manter as agências federais operando além da meia-noite de sábado, quando o financiamento existente expira, o Senado deve aprovar em algum momento deste sábado um projeto para financiamento temporário até o meio da próxima semana. A Câmara dos Deputados já aprovou um projeto similar, já antecipando que o Senado não seria capaz de aprovar a lei sobre gastos a tempo. O projeto que permite 1,1 trilhão de dólares de gastos tem 1.603 páginas e foi negociado por líderes republicanos e democratas. Ele foi aprovado por estreita margem na Câmara na quinta, depois de uma batalha que expôs as divisões dentro do partido de Obama. Uma revolta contra as disposições financeiras controversas previstas na lei promovida pela líder democrata na Câmara, Nancy Pelosi, há muito tempo uma aliada incondicional de Obama, levou a um dia de tensão no Capitólio na quinta-feira. Os democratas recusavam disposições para reverter parte da lei de reforma financeira Dodd-Frank, uma conquista legislativa do início da administração Obama que foi aprovada em resposta à crise financeira de 2008 e teve como objetivo controlar as tomadas de riscos por Wall Street. Os democratas também se opuseram a uma disposição que permite doações políticas de muito mais dinheiro. Democratas, conscientes da necessidade de unidade quando os republicanos assumirem o controle total do Congresso no próximo ano, tentaram conter as especulação de uma separação prolongada entre o presidente e Pelosi. O líder democrata no Senado abriu as discussões sobre a lei de gastos na sexta-feira pedindo sua rápida aprovação. "Desde 2011 temos ido de crise a crise com o país sob ameaça constante de uma paralisação ou de uma catástrofe financeira", disse. "É um hábito muito ruim e o povo americano está muito, muito cansado disso." O líder republicano no Senado, Mitch McConnell, também está ansioso para evitar uma nova e impopular paralisação governamental em um momento que os republicanos caminham para assumir o controle do Senado após as eleições de novembro deste ano, que também deram ao partido uma ampla maioria na Câmara. (Reportagem adicional de Susan Cornwell e Amanda Becker)

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