Senado vota por bloqueio de verba para fechar Guantánamo

Obama deve ter disputa dura com o Congresso para acabar com a prisão e transferir os detentos

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Por Agência Estado e Associated Press
Atualização:

Em um grande desafio ao presidente Barack Obama, o Senado votou majoritariamente a favor de bloquear a verba para transferir os detentos de Guantánamo para os Estados Unidos. A votação, por 90 a 6, foi um claro sinal de que Obama terá uma disputa dura para fazer com que o Congresso dominado pelos democratas concorde com seu plano de fechar a prisão e transferir os detentos.

 

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Na Câmara dos Representantes, o resultado foi semelhante na semana passada. Em abril, Obama pediu US$ 80 milhões para o Pentágono e o Departamento de Justiça para fechar a prisão na baía cubana, até janeiro. Aos olhos do mundo, a cadeia tornou-se um exemplo das duras táticas antiterror dos EUA, inclusive de detenção sem julgamento para quase todos os suspeitos, a maioria deles capturados no Afeganistão.

 

A administração colocou os parlamentares democratas em uma situação difícil, ao requisitar o dinheiro para fechar Guantánamo antes de apresentar um plano para o futuro dos presos. Obama deve fazer um importante discurso nesta quinta-feira sobre seus planos para Guantánamo, porém já está claro que tem pouca intenção de levar esses presos para território norte-americano, mesmo que eles ficassem em prisões de segurança máxima.

 

O diretor do FBI disse ao Congresso temer que os detentos de Guantánamo possam apoiar o terrorismo, caso sejam mandados para os Estados Unidos. Em outro acontecimento desta quarta-feira, um juiz federal afirmou que os EUA podem continuar a manter prisioneiros em Guantánamo indefinidamente, sem apresentar acusações formais.

 

Nas últimas semanas, os republicanos têm pedido a manutenção de Guantánamo, afirmando que os abusos no local são coisas do passado e descrevendo a prisão como supermoderna, melhor que várias das localizadas nos EUA. Além disso, advertem que os terroristas que não podem ser condenados ficariam livres nos EUA.

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