Suspeito de Times Square foi treinado no Paquistão, dizem EUA

Paquistanês é acusado pela promotoria de terrorismo e posse de armas de destruição em massa

PUBLICIDADE

Atualização:

Shahzad colabora com as investigações e admitiu envolvimento, dizem autoridades americanas.

 

PUBLICIDADE

NOVA YORK - O homem detido nos EUA suspeito de ser o responsável pela tentativa frustrada de detonar um carro-bomba em Times Square, no centro de Nova York, disse às autoridades americanas ter treinado em um campo de terroristas no Paquistão, disseram investigadores nesta terça-feira, 4.

 

Veja também:linkObama promete justiça após atentadolinkPaquistão prende 4 suspeitos de envolvimentolinkBomba simples é mais difícil de ser detectadalinkCriadores de 'South Park' poderiam ser alvolinkLíder taleban aparece em vídeo e ameaça EUA

 

Faizal Shahzad, paquistanês de 30 anos da região da Caxemira que morava em uma cidade de Connecticut, foi preso quando tentava embarcar em um voo para Dubai no aeroporto internacional J. F. Kennedy, em Nova York. As autoridades o acusam de cinco crimes, incluindo terrorismo e posse de armas de destruição em massa, mas dizem que ele colabora com as investigações e já admitiu estar envolvido no episódio.

 

O promotor-geral de Nova York, Eric Holder, disse que Shahzad está fornecendo informações valiosas para as investigações. As autoridades, porém, dizem não haver indícios de que ele seria ligado ao grupo extremista Taleban ou à rede terrorista Al-Qaeda.

 

Uma fonte próxima das investigações informou que Shahzad disse ao FBI (Polícia federal americana) ter treinado pro cinco meses no Paquistão. Outra fonte disse que o treinamento teria sido realizado na região do Waziristão, próxima da fronteira com o Afeganistão, onde o Taleban opera quase livremente.

 

As informações fornecidas pelo paquistanês aumentam as suspeitas de que a tentativa de ataque foi coordenada e teve a participação de agentes estrangeiros, embora as autoridades não possam confirmar tal envolvimento. O suspeito, porém, disse às autoridades que agiu sozinho.

Publicidade

 

O governo do Paquistão ofereceu apoio aos EUA nas investigações sobre o episódio e, segundo o Ministério do Interior do país asiático, ao menos quatro pessoas foram presas por suspeita de envolvimento no caso. De acordo com as autoridades paquistaneses, as prisões foram efetuadas depois que foi descoberto o imóvel onde Shahzad havia se alojado em uma recente visita ao Paquistão. Algumas emissoras disseram que podem ser até oito os detidos.

 

Medo e terrorismo

 

Holder detalhou que as acusações serão de crimes de terrorismo ativo dentro da fronteira do país, tentativa de uso de arma de destruição em massa e uso de um dispositivo de destruição durante a preparação de outro delito, entre outras. "Está claro que era um complô terrorista destinado a assassinar americanos em um dos locais mais movimentados de nosso país", disse Holder. O promotor estava acompanhado da secretária de Segurança Interior, Janet Napolitano, do diretor do FBI, John Pistole, e do chefe da Polícia de Nova York, Raymond Kelly.

 

Mais cedo, o presidente dos EUA, Barack Obama, prometeu levar à justiça os responsáveis pelo episódio, que representa "outra séria lembrança dos tempos em que vivemos". Obama também apelou para que os americanos não sejam tragados pelas tentativas de instaurar o medo. "Sabemos que o objetivo é fazer os americanos viveram diante do temor. Não podemos nos amedrontar. Não vamos nos deixar intimidar", ressaltou o presidente americano.

 

A tentativa de detonar o carro em Times Square, uma das regiões mais movimentadas de Nova York, ocorreu na noite do sábado. Testemunhas suspeitaram do veículo e chamaram a Polícia e os explosivos foram desativados. A bomba levada no carro era feita de combustível, gás propano, fertilizante e fogos de artifício. Especialistas dizem que se o dispositivo fosse acionado, poderia ter causado dezenas de mortes e incêndios.

 

(Com informações das agências Efe, AP e Reuters)

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.