Teste com voo comercial ao espaço é chave para impulsionar setor

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Por IRENE KLOTZ
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Um plano do governo Barack Obama para reduzir os custos dos serviços de voo espacial enfrenta um momento decisivo no sábado, quando um foguete particular decolará para um teste rumo à Estação Espacial Internacional. Se a missão for bem-sucedida, a Space Exploration Technologies, ou SpaceX, tornaria-se a primeira empresa privada a alcançar o posto espacial de 100 bilhões de dólares, localizado a 390 quilômetros acima da Terra. “"É, por todas as contas, um passo importante, quase um salto gigante, para o ramo espacial comercial", disse Michael Lopez-Alegria, um ex-astronauta da Nasa e comandante da estação espacial, que agora lidera a Federação do Voo Espacial Comercial, uma associação industrial sediada em Washington. O foguete Falcon 9 da SpaceX e a cápsula Dragon estão programados para serem lançados às 5h55 (horário de Brasília) no sábado, da Estação da Força Aérea Cabo Canaveral. Se tudo correr como planejado, ele chegaria à estação espacial na terça-feira. Desde que os ônibus espaciais foram aposentados no ano passado, a Nasa depende de parceiros da Europa, Japão e especialmente Rússia para voar para a estação. Em vez de construir um substituto do ônibus, a agência espacial dos EUA está gastando cerca de 3 bilhões de dólares por ano em um novo foguete e cápsula para enviar astronautas à Lua, asteróides e eventualmente a Marte. Para chegar à estação, a Nasa está investindo em cinco empresas norte-americanas -- SpaceX e Orbital Sciences Corp para transportes de carga; e SpaceX, Boeing, Sierra Nevada Corp, e Blue Origin, uma empresa iniciante de propriedade do fundador da Amazon Jeff Bezos, para levar passageiros. Todas as empresas estão contribuindo com os seus próprios recursos, numa ruptura com as práticas tradicionais dos Estados Unidos de compras governamentais. Em vez de ter suas despesas reembolsadas, os parceiros comerciais da Nasa são pagos quando atingem metas pré-determinadas. GRANDE SALTO A SpaceX, por exemplo, recebeu 381 milhões de dólares da Nasa até agora para trabalhar em um transportador de carga para a estação. Em dezembro de 2010, a empresa lançou, orbitou e retornou com sucesso uma cápsula de teste Dragon. Para o segundo voo do Dragon, a SpaceX tentará combinar dois voos de teste em um e atracar a nave espacial na estação espacial. Se houver sucesso, a SpaceX pode ganhar outros 15 milhões de dólares da Nasa e começar a trabalhar um contrato separado de 1,6 bilhão de dólares para transportar carga de e para a estação. "Este é um grande salto em termos de complexidade do último voo", disse Lawrence Williams, ex-vice-presidente da SpaceX, que agora dirige uma empresa de consultoria de negócios. "Se formos capazes de ter um lançamento bem-sucedido e aportar na estação espacial, é difícil exagerar a importância disso." Um voo bem-sucedido não só valida a tecnologia da SpaceX, mas também os acordos de contratação alternativa de menor custo da Nasa, afirmou Lopez-Alegria. O governo Obama está pressionando o Congresso a adotar o regime de parceria para táxis espaciais comerciais também. No ano passado, o Congresso cortou pela metade o pedido de Obama para o programa de tripulação comercial para 406 milhões de dólares. Os gastos propostos para o ano fiscal com início em 1 de outubro reduzem o pedido original da Casa Branca de 830 milhões de dólares para nada mais que 525 milhões de dólares.

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