Twitter e telefone canalizam pressão contra moratória nos EUA

PUBLICIDADE

Por DEBORAH CHARLES
Atualização:

Pelo telefone e pela Internet, os norte-americanos atenderam na sexta-feira ao pedido do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para pressionar o Congresso a aprovar o novo limite de endividamento do governo. O apelo de Obama foi feito num pronunciamento pela TV, o segundo em uma semana. O Departamento do Tesouro diz que, se o novo teto do endividamento não for aprovado até terça-feira, os EUA terão de declarar uma inédita moratória. "Na noite de segunda-feira, pedi ao povo norte-americano que fizesse sua voz ser ouvida neste debate, e sua resposta foi avassaladora", disse Obama, referindo-se aos telefonemas e e-mails enviados pela população aos parlamentares. "Então, por favor, a todo o povo norte-americano, mantenha isso", disse o presidente em declarações transmitidas por várias redes durante a manhã. "Se vocês quiserem ver um acordo bipartidário, uma lei que possa ser aprovada em ambas as Casas do Congresso e que eu possa sancionar, faça os seus representantes no Congresso saberem disso. Deem um telefonema. Mandem um e-mail. Tuítem. Mantenham a pressão sobre Washington, e poderemos passar por isso." Logo depois do discurso, os circuitos telefônicos do Congresso ficaram sobrecarregados, dificultando as ligações externas. Por volta de meio-dia, Dan Weiser, diretor de comunicações da administração da Câmara, disse que havia um aumento de 10 por cento nas ligações recebidas, em relação aos dias normais. Várias ligações para o gabinete do presidente da Câmara, o republicano John Boehner, não puderam ser completadas -- ou davam sinal de ocupado, ou caíam em uma mensagem com música patriótica, pedindo que a pessoa que ligou esperasse na linha. Boehner tem ativamente buscado uma prorrogação temporária do limite de endividamento, mas enfrenta resistências de parte do seu próprio partido. Um porta-voz de Boehner negou que o gabinete dele tenha ficado sobrecarregado por telefonemas depois do discurso de Obama. Já Zec Petkanas, porta-voz do líder democrata no Senado, Harry Reid, disse que o gabinete dele recebeu na sexta-feira milhares de telefonemas manifestando apoio a um acordo bipartidário. PELO TWITTER Obama usou também recursos mais modernos, enviando mensagens a seus 9,4 milhões de seguidores no Twitter, aos quais pediu que façam contato com seus parlamentares. "Acabou o momento de colocar o partido em primeiro lugar. Se você quer ver um #acordo bipartidário, avise o Congresso. Ligue. Mande e-mail. Tuíte. -BO", disse uma mensagem no Twitter, usando as iniciais do presidente para demonstrar que se tratava de um apelo pessoal do presidente, e não de assessores. Mas depois disso, os assessores se encarregaram de alimentar o Twitter presidencial, publicando os nomes de usuário no Twitter de deputados e senadores republicanos, para que os interessados pudessem personalizar seus apelos. A "hashtag" (identificação de um tema) "#compromisse" (acordo) foi então inundada por mensagens de pessoas fazendo seus apelos em até 140 caracteres. Um exemplo veio do usuário John McMullen, designer da Califórnia. Dirigindo-se aos deputados republicanos Cory Gardner, Mike Coffman e Scott Tipton, todos do Colorado, ele disse: "@RepTipton @repcorygardner @RepMikeCoffman por favor parem com a loucura. Apoiem um #acordo bipartidário para a redução do déficit. Já chega."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.