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Vazamento eleva pressão sobre estratégia de Obama no Afeganistão

Congresso votará lei de financiamento da guerra e nomeação de comandante militar

Atualização:

WASHINGTON - A Casa Branca procurou retomar o controle do debate sobre a guerra do Afeganistão nesta segunda-feira enquanto a reação política ao vazamento de seis anos de arquivos sigilosos do Exército aumentou a pressão para o presidente americano, Barack Obama, defender sua estratégia de guerra no país.

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blog Chacra: Maior aliado dos EUA ajuda o Talebanlista  Leia a íntegra no Wikileaks  (Em inglês)No Capitólio, líderes do Partido Democrata disseram que os documentos, com seu retrato preciso de uma guerra lutada de maneira ainda mais precária do que o previsto pelas duas administrações anteriores retrataram, intensificariam o olhar do Congresso sobre a política de Obama."Estas políticas estão em um ponto crítico e estes documentos podem muito bem ressaltar os riscos e fazer os ajustes necessários para trazer a política adequada à tona mais rapidamente", disse o chefe do comitê de Relações Exteriores do Senado, democrata John Kerry, de Massachussets, em um comunicado. Nesta semana, o Senado examina uma importante lei sobre o financiamento da guerra e deve fazer uma audiência com o escolhido de Obama para chefiar o comando central militar, General James N. Mattis, que deve supervisionar as operações militares no Afeganistão. Enquanto oficiais do Congresso e do governo dizem que o vazamento dos documentos provavelmente não devem pôr em risco a lei ou a confirmação de Mattis, o cumprimento das metas da Casa Branca no Afeganistão pode ser ameaçado. A Casa Branca pareceu direcionar a maior parte de sua ira sobre Julian Assange, o fundador do Wikileaks, que vazou parte dos quase 92 mil documentos ao The New York Times, o The Guardian e a revista alemã Der Spiegel e depois os publicou na internet. Os relatórios abrangem o período de janeiro de 2004 a dezembro de 2009. Assessores da Casa Branca enviaram por e-mail trechos de uma transcrição da entrevista de Assange à Der Spiegel, sublinhando uma frase tida aparentemente como a mais ofensiva. Nela, Assange afirma que 'gosta de acabar com desgraçados'.Obama já estava enfrentando uma batalha difícil às vésperas de uma revisão programada para sua estratégia de guerra em dezembro, e membros do governo tem embarcado em uma luta política enquanto tentam defender a estratégia em uma época na qual as vantagens dela parecem limitadas.

Em uma coletiva de imprensa em Londres nesta segunda-feira, Assange defendeu a publicação dos documentos. "Eu gostaria de ver este material ser levado a sério e investigado, e novas medidas, se não inquéritos, criados a partir disso", afirmou. Veja também:

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