06 de julho de 2009 | 12h08
"Nós precisamos da confiança de que as coisas permanecerão estáveis, que as normas vão permanecer estáveis", disse aos repórteres Samuel Allen, presidente da fabricante norte-americana de maquinário agrícola Deere & Co., ao anunciar um investimento de 500 milhões de dólares na Rússia para os próximos 5 a 7 anos.
"Creio que no longo prazo é isso o que o governo russo tentará fazer, mas neste momento as coisas não estão tão estáveis como nós gostaríamos de ver. Isso às vezes nos faz hesitar", disse ele.
O encontro entre Obama e o presidente russo, Dmitry Medvedev, vai concentrar-se em conversações sobre redução do estoque de armas nucleares, suprimento de armas às forças da Otan no Afeganistão e criação de uma comissão conjunta para melhorar as relações comerciais entre os dois países.
Um avanço nessas conversas serviria como prova de que as duas partes querem "pressionar o botão de reset" -- expressão usada pelo governo norte-americano -- nas relações EUA-Rússia e ajudar a ampliar o comércio bilateral, que ficou em 36 bilhões de dólares no ano passado.
Além dos investimentos da Deere na Rússia, há também os da gigante dos refrigerantes PepsiCo e da fabricante de aviões Boeing.
"Se já temos sucesso no lado geopolítico, estamos para ver muito mais no que se refere a investimentos das empresas norte-americanas", afirmou Andrew Somers, presidente da Câmara de Comércio Americana na Rússia, em entrevista à Reuters nesta segunda-feira.
"Esperamos que o presidente Medvedev possa prosseguir com sua campanha permanente de melhorar a imposição da lei. Acho que este é o único inibidor ao investimento das empresas dos EUA, a sua preocupação com a questão das leis," disse ele.
Executivos dos Estados Unidos frequentemente se referem à fraqueza na imposição da lei, grande burocracia e corrupção como obstáculos essenciais para fazer negócios na Rússia. Eles devem levantar esses temas quando se reunirem com os dois presidentes na terça-feira, em um encontro de negócios paralelo à cúpula.
O secretário de Comércio dos EUA, Gary Locke, participará da reunião, ao lado de Obama e Medvedev, e de um jantar com dirigentes empresariais norte-americanos.
A PepsiCo informou nesta segunda-feira que elevará de 3 para 4 bilhões de dólares seus investimentos na Rússia nos próximos três anos.
A Boeing vai lançar na terça-feira uma joint venture com a maior produtora de titânio do mundo, a empresa russa VSMPO-Avisma, disseram fontes nesta segunda-feira. A nova empresa vai produzir de 700 a 900 milhões de dólares em titânio para 787 Dreamliner, planejado pela Boeing.
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