Apoiadores de Manuel Zelaya protestam em Tegucigalpa. Foto: Wilson Pedrosa/AE
NOVA YORK - Uma ação do governo de facto hondurenho que desrespeite a inviolabilidade da Embaixada brasileira em Tegucigalpa, onde se refugia o presidente deposto Manuel Zelaya, seria um "desastre", advertiu nesta segunda-feira, 28, o secretário adjunto da ONU encarregado de assuntos políticos, Lynn Pascoe, segundo a agência France Presse. Em entrevista coletiva, ele avaliou como uma "séria mudança negativa" o
para o Brasil no fim de semana, que pede o País defina a situação de Zelaya em dez dias, sob o risco da Embaixada perder seus direitos diplomáticos.
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"(A crise política) é um problema muito sério para todos nós", avaliou o encarregado da ONU, destacando a piora na situação do país centro-americano. Nesta segunda, o embaixador do Brasil na Organização dos Estados Americanos (OEA), Ruy Casaes, disse que os desdobramentos da tensão mostram que o governo de facto não está disposto a dialogar, e considerou que a situação chegou a um ponto em que hoje existe uma "ameaça" à paz internacional.
Nesta segunda, os simpatizantes de Zelaya anunciaram uma "ofensiva final" para derrubar o governo Micheletti. "Este regime nos roubou a paz. Por isso, iniciamos hoje a ofensiva final para devolver Honduras a seu presidente legítimo", disse o líder da Frente Nacional Contra o Golpe de Estado, Carlos Eduardo Reina. Ele não forneceu detalhes sobre a ação.
Da Embaixada brasileira, Zelaya falou nesta segunda, por telefone, com a agência Associated Press, mas não quis comentar as palavras de Reina. "Micheletti está disposto a me matar e fazer com que pareça suicídio. Eu digo ao povo: Manuel Zelaya não se suicida", afirmou o presidente deposto, que ainda disse temer que a representação brasileira seja invadida por ordens de Micheletti.