Advogado de policiais acusados denuncia 'caça às bruxas' no Equador

Segundo defesa, oficiais estão sendo relacionados à rebelião com base em informações 'inexatas'

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Por AP
Atualização:

QUITO- O advogado Patricio Armijos, defensor de cinquenta policiais acusados pela rebelião da semana passada no Equador, acusou nesta sexta-feira, 8, o governo do presidente Rafael Correa de estar empreendendo uma "caça às bruxas".

 

 

Em declarações ao canal Ecuavisa, Armijos disse que "aqui o que está se fazendo é uma caça às bruxas, existem uns vídeos, mas não há certeza de quem estava em atitude pacífica e quem não estava (...). É uma barbaridade: quem portava armas ficará preso de três a seis anos e quem não portava, de um a três".

 

O secretário jurídico da Presidência, Alexis Mera, garantiu que "nem a todos" foi ditada a prisão preventiva e um grupo teve a medida cautelar substituída, "o que é conveniente porque isso não é uma perseguição política, não estamos querendo vingança, nem revanchismo, mas sim que a lei seja cumprida e que a paz volte aos quartéis".

 

Ainda segundo o advogado, a Procuradoria realizou uma audiência de formulação de crimes "baseada em uma série de inexatidões (...), com meras suposições: foram apresentados vídeos totalmente obscuros, que não têm relação com o suposto delito que o procurador acusa, o de rebelião".

 

Um total de 12 membros da tropa, um oficial da polícia e um major retirado do Exército estão detidos como suspeitos de estarem envolvidos na revolta policial que ocorreu em 30 de setembro.

 

A rebelião teve um saldo de sete mortos, cerca de 200 feridos e ao redor de 260 policiais suspeitos de insurreição, ao lado de cinco civis.

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No dia, Correa foi ao principal quartel policial de Quito para tentar dialogar com um grupo de agentes que protestava contra a eliminação de benefícios para a categoria.

 

Os rebelados, no entanto, agrediram o presidente, que fugiu a um hospital próximo, que foi cercado pelos oficiais revoltados. Correa ficou mais de dez horas retido no local, de onde foi resgatado por forças leais ao governo, em meio a um tiroteio.

 

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