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Aliado de Chávez deve seguir na liderança do Parlamento

Atualização:

A Assembleia Nacional da Venezuela deve reeleger no sábado como seu presidente Diosdado Cabello, um aliado estratégico de Hugo Chávez, o que o coloca como o encarregado de liderar o país se o governante não se recuperar de sua última cirurgia contra o câncer. A Constituição do país estabelece que o chefe do órgão legislativo deve tomar as rédeas da república e convocar eleições diante da incapacidade de um presidente eleito de assumir em 10 de janeiro, um cenário que ganha força à medida que se aproxima a data da posse e Chávez não se recupera. Chávez sofreu complicações depois da quarta cirurgia a que se submeteu em Cuba, em 11 de dezembro. Além de uma hemorragia, ele teve uma infecção que causou uma insuficiência respiratória. Cabello, o aliado militar de Chávez com maior perfil no governo, preside a Assembleia desde o início de 2011. Isso permitiu que ele reforçasse o poder e a liderança que já tinha depois de mais de uma década exercendo diversos cargos públicos, inclusive o de vice-presidente e outros de eleição popular. Fontes parlamentares disseram à Reuters que o cenário mais provável é que Cabello, que esteve do lado de Chávez quando este anunciou a recorrência de sua doença no mês passado, permaneça no cargo, garantindo uma transição sem maiores surpresas até eventuais novas eleições. "Cabello está movendo suas peças para que tanto a Presidência como as duas vice-presidências fiquem em suas mãos e nas de seus aliados", disse uma fonte da Assembleia Nacional, que preferiu o anonimato por não estar autorizada a dar declarações. Se Chávez enfrentar uma longa convalescença, Cabello atuaria como uma ligação entre sua administração de 14 anos e um possível novo governo. O mandatário está há 18 meses lutando contra uma enfermidade sobre a qual não se tem detalhes. Antes de viajar para Cuba para ser operado em dezembro, Chávez antecipou que se ficasse impossibilitado de dirigir a "revolução socialista", seus seguidores deveriam votar no vice-presidente Nicolás Maduro. Cabello vem apoiando Maduro na ausência de Chávez, a quem disse que visitou frequentemente em Havana, dando sinais de que o governo pode trabalhar unido para seguir as diretrizes deixadas pelo governante. Embora a Constituição especifique que 10 de janeiro começa o novo período presidencial, líderes do oficialismo insistem que a data não é definitiva, o que daria a um Chávez convalescente uma margem de tempo para se recuperar e assumir mais tarde. Mas a oposição rejeita essa interpretação. "No dia 10 de janeiro vence um período e começa outro. Se o chefe de Estado não assume, deve encarregar-se temporariamente o presidente da Assembleia Nacional", disse na quarta-feira o presidente da coalizão Mesa da Unidade Democrática (MUD), Ramón Guillermo Aveledo. (Reporte de Marianna Párraga)

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