HAVANA- O arcebispo de Havana, cardeal Jaime Ortega, disse nesta quarta-feira, 7, que confia no cumprimento "com agilidade" da decisão do governo cubano de libertar 52 presos políticos e considerou a medida como positiva e útil.
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"Foi muito útil, muito prática, muito positiva. As coisas avançarão, acho que começam a avançar com certa agilidade", disse Ortega a jornalistas.
Após semanas de conversas entre a Igreja Católica e o governo cubano sobre a situação dos presos políticos, Ortega foi informado hoje da medida durante uma reunião com o presidente de Cuba, Raúl Castro, da qual também participou o ministro de Assuntos Exteriores da Espanha, Miguel Ángel Moratinos.
Segundo o comunicado divulgado pelo Arcebispado, as autoridades cubanas libertarão gradualmente 52 presos políticos, cinco deles em breve, que poderão deixar o país e viver na Espanha com suas famílias.
Os opositores que serão libertados são todos os remanescentes do chamado "Grupo dos 75", que foram condenados a penas de até 28 anos de prisão na repressão da chamada Primavera Negra em 2003.
"Eu esperava que as libertações começassem a ser anunciadas. Foi talvez um pouco interessante e surpreendente ver que se dirigiram a nós para que fizéssemos o anúncio", contou Ortega.
O cardeal não antecipou os nomes dos dissidentes que serão soltos e apontou que "ainda não foi comunicado às pessoas que devem receber este benefício da libertação".
Ortega acrescentou que a lista não será divulgada até que as autoridades católicas avisem os presos e suas famílias, o que começarão a fazer "assim que puderem".
Sobre a possibilidade de os 52 libertados viajarem com suas famílias para a Espanha, Ortega disse que se trata de "uma proposta" feita pelo governo cubano. Segundo o cardeal, o diálogo entre a Igreja e as autoridades cubanas é "um processo que vai continuar".
