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Argentina acusa Uruguai de ameaçar rio em região de fronteira

Por AARON GRAY-BLOCK
Atualização:

A Argentina afirmou nesta segunda-feira à Corte Internacional de Haia, na Holanda, que a poluição uruguaia de um rio na região fronteiriça era uma clara violação dos direitos do país. Argentina e Uruguai discutiram durante anos sobre uma fábrica de celulose localizada em frente ao rio Uruguai, que divide ambos os países sul-americanos. O governo argentino alega que não foi consultado adequadamente. "O Uruguai causou dano ao rio no passado e o fará no futuro devido ao contínuo despejo de substâncias tóxicas", disse o advogado argentino ao tribunal de 15 juízes de Haia. O Uruguai defendeu a construção da fábrica há quase dois anos, alegando que ela cria postos de trabalho, contribui para a economia local e cumpre os padrões ambientais. O presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, disse nesta segunda-feira que vários estudos internacionais confirmaram que não existe contaminação e alegou que a Argentina havia dado o sinal verde para a construção da planta meses antes do conflito. "A argumentação de que o Uruguai não cumpriu com o tratado do Rio Uruguai não tem solidez para ser sustentada", comentou em declarações à imprensa de seu país desde Washington, onde está em visita oficial. No início, foi proposta a construção de duas fábricas de celulose, mas os planos de instalar outra fábrica agora foram abandonados. Em relação à demanda judicial apresentada em 2006, a Corte deve decidir se o Uruguai violou um acordo bilateral de 1975, que diz que em todas as questões relacionadas com as águas do Rio Uruguai, ambos os países devem se consultar e tomar ações comuns. (Reportagem adicional de Patricia Avila em Montevidéu)

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