
16 de dezembro de 2009 | 11h27
A filha da jornalista hondurenha Karol Cabrera foi assassinada na noite da terça-feira, 15, quando dois homens em uma moto abriram fogo contra o carro onde estavam a repórter e a vítima. No domingo, um ativista contra o governo de facto também foi assassinado a tiros.
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A jornalista seguia com sua filha e outras duas pessoas para sua casa, na zona oeste de Tegucigalpa. As duas pessoas que estavam no carro ficaram feridas e ainda não foram identificadas. A filha da jornalista tinha 16 anos e estava grávida de oito meses.
O porta-voz da Polícia local, Orlin Cerrato, informou que a filha de Karol, Katherine Nicolle, dirigia o carro por uma rua escura quando os motociclistas abordaram o veículo pelo lado do motorista e dispararam repetidamente antes de fugir. A vítima ainda foi levada a um hospital, mas não resistiu.
Cerrato afirmou que a jornalista saiu ilesa do ataque e que os médicos conseguiram salvar a vida de seu neto.
Karol possui programas de notícias e comentários nos canais 54 (privado) e 8 (estatal), além de um na rádio privada Cadena Vocês da capital. A jornalista é uma férrea defensora do governo de facto, liderado por Roberto Micheletti e que chego ao poder após destituir o presidente Manuel Zelaya em um golpe de Estado em 28 de junho.
Contra o golpe
A Polícia hondurenha também investiga a morte de um ativista pelos direitos gays que se juntou aos protestos contra o golpe de Estado contra Zelaya.
A Frente Nacional de Resistência disse que homens armados em um carro atiraram em Walter Trochez no domingo quando ele andava pelo centro de Tegucigalpa. A vítima foi levada ao hospital, mas não resistiu.
"Trochez era um ativista militante da resistência e era um exemplo de luta contra a ditadura", disse o grupo por meio de um comunicado divulgado no dia do enterro da vítima. A entidade culpou "as forças repressivas que a oligarquia usa para parar as exigências do povo hondurenho por democracia e liberdade" pelo ataque.
Cerrato afirmou na terça que o caso foi "exaustivamente investigado", mas não nomeou suspeitos e negou o envolvimento da Polícia. A Frente Nacional de Resistência, porém, afirma que Trochez era comumente ameaçado por policiais por ser um ativista gay.
Segundo o Observatório Internacional da Situação dos Direitos Humanos, Trochez foi sequestrado por homens mascarados no dia 4 de dezembro. O hondurenho foi agredido e ameaçado de morte por participar de protestos contra o golpe de Estado de 28 de junho.
Desde que ocorreu o golpe, ao menos dois coronéis do Exército e um sobrinho de Micheletti foram assassinados de forma semelhante. Os casos não foram esclarecidos pelas autoridades e ninguém foi responsabilizado.
Vários ativistas contra o golpe foram mortos durante os protestos, enquanto forças de segurança invadiram casas e escritórios de suspeitos por apoiar Zelaya.
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