Aumenta fluxo de cubano-americanos para a ilha

Número cresceu 20% desde o começo do ano, e deve continuar a subir com fim das restrições dos EUA

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Por MARC FRANK
Atualização:

O número de cubano-americanos que visita a ilha cresceu 20% desde o começo do ano, e deve continuar aumentando graças ao fim das restrições do governo norte-americano, disse uma empresa estatal de turismo cubana nesta quarta-feira, 6. Antonio Diaz Medina, vice-presidente da Havanatur, afirmou que as chegadas de passageiros cresceram desde que em março o Congresso dos EUA revogou uma medida do governo Bush que autorizava os cubano-americanos a fazerem apenas uma visita a cada três anos. "Os voos dos Estados Unidos trouxeram cerca de 85 mil ano passado, e desde o começo do ano os desembarques já foram de cerca de 40 mil", disse Diaz em entrevista. Ele afirmou que o fluxo deve aumentar ainda mais nos meses de verão (junho a setembro), refletindo também o decreto de abril do presidente Barack Obama que elimina todas as restrições para as visitas familiares de cubano-americanos. A entrevista de Diaz coincide com o início de uma convenção anual do turismo cubano, na fortaleza Morro Cabanas, na entrada da baía de Havana. Ali, autoridades e operadores especulavam que será a última edição do evento sem uma grande presença norte-americana. Um projeto que suspende as restrições de viagens a Cuba para todos os cidadãos dos EUA foi apresentado no mês passado ao Congresso, e, num cenário de ligeiro degelo nas relações entre Havana e Washington, tem boas chances de ser aprovado. Cuba é praticamente inacessível para os norte-americanos desde que foi imposto o embargo econômico dos EUA à ilha, em 1962, três anos depois da revolução que levou o comunista Fidel Castro ao poder. Operadores de turismo de mais de 50 países que participam da convenção apelidaram a possível abertura ao turismo dos EUA como "tsunami americano", e acham que isso é apenas questão de tempo. "Quer saber, adoro os americanos! Vai, Obama, Cuba continuará sendo Cuba, o mesmo lugar, com alguns americanos a mais. É como acrescentar outro tempero no caldo", disse um operador canadense que se identificou apenas como Richard.

 

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