Autoridades dos EUA devem visitar Honduras para forçar acordo

Membro sênior do governo Obama irá até o país, mas data e integrantes da comissão ainda não foram definidos

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Por Reuters
Atualização:

Autoridades norte-americanas devem viajar a Honduras nesta semana para pressionar o presidente hondurenho deposto, Manuel Zelaya, e os líderes do governo de facto a resolverem a crise política que já dura quatro meses.

 

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Em um sinal de que os Estados Unidos estão ficando impacientes com o impasse entre Zelaya e o presidente de facto de Honduras, Roberto Micheletti, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, conversou com ambos por telefone na noite de sexta-feira para exortá-los a fazer concessões.

 

"A secretária discutiu com cada um deles estratégias para levar (...) o processo adiante. Ela exigiu que ambos mostrem flexibilidade e redobrem seus esforços para pôr um fim a essa crise", disse a porta-voz do Departamento de Estado, Virginia Staab.

 

Staab disse que pelo menos uma autoridade sênior da administração de Barack Obama viajaria a Honduras ainda nesta semana, embora tenha dito que as datas e os integrantes da missão não foram definidos.

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Os Estados Unidos disseram que estavam desapontados com um impasse nas negociações, que deveriam resolver a crise deflagrada com o golpe de Estado de 28 de junho, que tirou Zelaya do poder e o expulsou do país.

 

Os esforços por um acordo foram suspensos quando se chegou à questão de se o presidente Zelaya deveria ser reconduzido ao poder e ter permissão para encerrar seu mandato, que termina em janeiro.

 

A última rodada de diálogo fracassou na sexta-feira depois que Zelaya se retirou das negociações.

 

O presidente deposto, que está abrigado na embaixada brasileira desde que voltou clandestinamente ao país, disse que decidiu abandonar o diálogo porque acredita que a equipe de Micheletti estava tentando ganhar tempo para as eleições presidenciais de 29 de novembro.

 

Zelaya diz que a recusa de Micheletti de reinstalá-lo no poder vai tirar a legitimidade da eleição e isolar ainda mais o governo de facto.

 

Com a decisão, Zelaya parece estar querendo forçar os Estados Unidos e os governos da América Latina a abandonarem as esperanças de um acordo e, em vez disso, pressionar Micheletti a renunciar para garantir a legalidade do pleito.

 

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