PUBLICIDADE

Bispos dos EUA vão a Cuba e tentam aproximar os dois países

Por ESTEBAN ISRAEL
Atualização:

Um grupo de bispos católicos dos Estados Unidos chegou na segunda-feira a Cuba com a missão de contribuir na reaproximação entre os dois países, rompidos há cerca de meio século. A delegação liderada pelo arcebispo de Boston, cardeal Sean O'Malley, passará cinco dias na ilha, supervisionando trabalhos de reconstrução de igrejas e paróquias devastadas no ano passado por três furacões, uma atividade para a qual a Conferência de Bispos Católicos dos EUA doou cerca de 850 mil dólares. Andrew Small, diretor de Doações para a América Latina da Conferência de Bispos dos EUA, disse que a visita busca a estimular uma melhora nas relações bilaterais. "Na medida que possamos ser uma ponte entre os que historicamente não foram capazes de falar entre si, podemos descongelar algumas dessas relações", disse à Reuters no pátio de uma igreja em Havana. "Levaremos essas mensagens de volta aos EUA para quem de alguma maneira está impedindo uma maior abertura e um maior diálogo", acrescentou. Cuba e EUA romperam relações desde logo depois da revolução que instaurou o regime comunista em Cuba, em 1959. A atmosfera política melhorou desde a posse do presidente Barack Obama, que eliminou restrições a viagens e remessas financeiras de cubano-americanos. Mas os bispos norte-americanos disseram que os avanços do governo Obama ainda são lentos. "O isolamento não ajuda a mudança. Tem de haver um maior contato. E o governo Obama tem sido (...) dolorosamente lento", disse Small. "Precisamos de algumas mudanças radicais, em particular a partir da perspectiva dos EUA". O governo Obama promete manter o embargo como forma de pressionar Cuba a se democratizar e melhorar a situação dos direitos humanos no país. O presidente Raúl Castro se diz disposto a conversar com os EUA, mas sem pré-condições ou ameaças à sua soberania. A Conferência de Bispos Católicos dos EUA defende o fim do embargo econômico, mantido há 47 anos pelos EUA contra Cuba. Quer também a suspensão da proibição de viagens de norte-americanos à ilha. A delegação, que inclui também o bispo de Orlando, Thomas Wenski, e o bispo auxiliar de San Antonio, Oscar Cantú, visitará obras de reconstrução nas províncias de Holguín e Santiago de Cuba (leste). Cuba é um país predominantemente católico. As relações da Igreja com o regime comunista foram tensas no passado, mas melhoraram nas últimas décadas.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.