O governo colombiano estabeleceu nesta segunda-feira, 19, um prazo até 31 de dezembro para as gestões do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, na busca de um acordo humanitário que permita a libertação dos seqüestrados pela guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Veja também: Chávez vai à França e insiste em se reunir com chefe das Farc O alto comissário presidencial para a paz, Luis Carlos Restrepo, anunciou o prazo ao comentar as gestões de Chávez, que atua a pedido do presidente colombiano, Álvaro Uribe. Restrepo leu um comunicado no qual o governo colombiano exige a libertação de 45 reféns antes de autorizar um encontro entre o presidente venezuelano e o fundador e chefe das Farc, Pedro Antonio Marín, conhecido como "Tirofijo". As Farc pretendem trocar os 45 reféns por cerca de 500 guerrilheiros presos. Entre os seqüestrados estão a ex-candidata presidencial colombiana Ingrid Betancourt, que também tem nacionalidade francesa, e os americanos Thomas Howes, Marc Gonsalves e Keith Stansell. Em agosto, Uribe pediu a Chávez que negociasse uma aproximação com as Farc. Desde então o governante venezuelano enviou várias mensagens a "Tirofijo", tentando uma reunião com ele. Chávez está em Paris, aonde foi se reunir com o presidente da França, Nicolas Sarkozy, e discutir com ele o acordo humanitário entre o governo colombiano e as Farc. O governante venezuelano disse nesta segunda-feira, 19, que Uribe autorizou uma reunião com "Tirofijo" e ressaltou que a cada dia parece mais importante falar com o líder rebelde, de 77 anos, que vive nas florestas do sul da Colômbia. Mas o alto comissário Restrepo ressaltou que Uribe "estaria disposto" a permitir a reunião de Chávez com "Tirofijo" e até mesmo a participar dela. Porém, "desde que as Farc libertem previamente todos os seqüestrados que estão em seu poder e a reunião seja parte um processo de paz bem-sucedido". O assessor presidencial colombiano acrescentou que Uribe pediu a Chávez que a possibilidade de uma reunião fosse "tratada em segredo, como ferramenta de negociação". "O presidente Uribe disse ao presidente Chávez que este processo de mediação deve ser limitado no tempo. O governo acredita que o limite deve ser o mês de dezembro", acrescentou.