15 de março de 2012 | 20h27
O presidente da Bolívia, Evo Morales, confirmou sua participação na cúpula, desvinculando-se da ameaça de boicote de outros governantes esquerdistas em protesto contra a exclusão de Cuba do evento.
Falando ao lado de Morales em Bogotá, o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, disse que os países centro-americanos solicitaram a discussão sobre o tema da legalização das drogas.
"E o presidente Evo Morales está totalmente de acordo que essa é uma discussão muito necessária, que envolve nossos dois países, e não somente os dois países como todo o hemisfério", disse Santos.
A Colômbia é o maior produtor mundial de cocaína, e a Bolívia é o terceiro maior. A Guatemala e outros países centro-americanos, onde há grande atividade do narcotráfico, solicitaram a Santos que incluam a legalização e despenalização do uso de entorpecentes na pauta da 6a Cúpula das Américas, que reunirá 34 nações do continente em meados de abril em Cartagena.
Santos disse que o tema, embora não conste na pauta oficial, será discutido.
"Vamos propor na Cúpula que se abra uma discussão abrangente e ampla, com participação de todos os países e dos melhores especialistas, sobre os resultados da chamada 'Guerra às Drogas', e sobre as diversas estratégias que podemos assumir em conjunto para acabar com esse flagelo."
Um funcionário do governo norte-americano disse recentemente que os EUA estão dispostos a discutir o tema da despenalização do consumo, mas que levarão ao debate uma posição contrária à legalização e em prol do combate ao narcotráfico. Os EUA são apontados como o país com maior consumo de cocaína no mundo.
(Reportagem de Luis Jaime Acosta)
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