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Bolívia confirma favoritismo de Evo em votação, segundo ‘boca de urna’

Pesquisa realizada pela empresa Equipos Mori divulgada no início da noite de domingo mostrava o presidente boliviano mais de 30 pontos porcentuais à frente do segundo colocado na disputa, o empresário Samuel Doria Medina, da UD

Por LA PAZ
Atualização:

Pesquisa de boca de urna realizada no início da noite de domingo, 12, mostrava que o presidente da Bolívia, Evo Morales, do partido Movimento ao Socialismo (MAS), estava muito próximo de garantir seu terceiro mandato no cargo, com 61% dos votos – cerca de 37 pontos porcentuais à frente de Samuel Doria Medina, da Unidade Democrática (UD), seu principal adversário, com 24%. Jorge Quiroga, do Partido Democrata Cristão (PDC), ficou na terceira posição, com 9% dos votos. A sondagem foi feita pela empresa Equipos Mori e indicava que Evo deve vencer em oito dos nove Departamentos (Estados) do país, incluindo Santa Cruz, Tarija e Pando – tradicionais redutos da oposição onde o presidente sempre enfrentou resistência –, com destaque ainda para o desempenho dele no Departamento de La Paz, onde teve 70% das preferências. A única exceção seria o Departamento de Beni, onde Doria Medina teve 49% dos votos contra 43% de Evo, segundo a pesquisa de boca de urna. O objetivo de Evo de conquistar pelo menos 74% do eleitorado também não deve ser alcançado. A expectativa é que o resultado oficial das eleições seja anunciado nesta segunda,13, pelo Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), antes do fim da contagem dos votos. Favorito para vencer no primeiro turno desde que as primeiras pesquisas foram divulgadas em agosto, Evo votou por volta das 8 horas (9 horas pelo horário de Brasília) na Vila 14 de setembro, Província de Chapare, em Cochabamba, berço eleitoral dele. Ao sair da seção eleitoral, o presidente criticou os opositores que questionaram o trabalho do TSE e dos observadores da Organização de Estados Americanos (OEA). “Lamento que algumas pessoas queiram prejudicar a democracia ao tentar desqualificar o TSE e os observadores da OEA e de outras instituições. Isso é uma forma de atentar contra a democracia. Não concordo, mas está dentro do direito deles”, disse, antes de se dirigir para La Paz para aguardar a divulgação oficial dos resultados. Principal candidato da oposição boliviana, Doria Medina votou pela manhã na zona sul de La Paz, acompanhado da mulher. O empresário, que concorre à presidência pela terceira vez, havia pedido uma ampla participação da sociedade no processo eleitoral para garantir mudanças ao país. “Todos os bolivianos e bolivianas decidirão o futuro da nossa democracia, do nosso país querido. Por isso, é importante que cuidem dos votos para que o processo seja transparente”. Quiroga foi o último dos presidenciáveis a ir às urnas, no começo da tarde.Tranquilidade. Domingo, as ruas de La Paz, normalmente caóticas pela grande quantidade de automóveis, amanheceram calmas em razão da lei que proíbe a circulação de meios de transporte durante todo o dia de votação. Para chegar até as zonas de votação, os cidadãos habilitados pelo TSE tiveram que caminhar ou optar por meios alternativos, como bicicletas. Para o estudante Pablo Molina, de 32 anos, que votou no centro da cidade, o processo eleitoral ocorreu sem dificuldades. “Não gastei nem dez minutos entre o tempo que fiquei na fila, a conferência dos documentos e o depósito da cédula de votação na urna”, disse ao Estado. Nem todos tiveram a mesma sorte na hora votar. A designer de interiores Danny Coellas, de 32 anos, afirmou que havia muita “desorganização e informalidade” na escola onde tentou votar. “Sempre vim nessa escola, mas agora não consegui encontrar minha mesa. Vou ter que rodar nas escolas próximas para ver se ainda consigo exercer meu direito”, reclamou. Em uma escola no Departamento de Santa Cruz, por exemplo, um observador do MAS foi retirado pela polícia após discordar do método de contagem utilizado por integrantes da mesa de votação. Agressões a mesários também foram relatadas pela imprensa boliviana. Além disso, um erro de impressão em cédulas de votação causou polêmica. No cabeçalho das papeletas, onde deveria estar “Estado Plurinacional da Bolívia” havia a inscrição “Estado Plurinominal da Bolívia”. A presidente do TSE, Wilma Velasco, afirmou que o erro de digitação “não alterava o valor legal das cédulas”.

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