05 de junho de 2012 | 21h58
A proposta, apresentada no último dia da Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) na cidade de Cochabamba, na Bolívia, foi rejeitada pela delegação do Chile, que indicou que as fronteiras atuais "nunca" serão modificadas.
O tratado do início do século passado determinou, depois de uma guerra, a atual fronteira entre os dois países, deixando a Bolívia sem o acesso ao mar que possuía antes da chamada Guerra do Pacífico, de 1879. No mesmo conflito, o Peru também perdeu para o Chile parte de seu território.
"Apresentei uma proposta específica, a renegociação do tratado de 1904, (e) eu teria gostado de ouvir uma resposta clara e também concreta", disse o chanceler boliviano, David Choquehuanca, ao seu colega chileno, Alfredo Moreno.
No debate, acompanhado por um apelo unânime para que os dois países dialoguem, Moreno disse que os tratados não são modificáveis.
"O Chile é um país que está estabelecido em suas fronteiras há muitos anos, essa realidade do que é o Chile hoje não vai mudar, não vai mudar", disse Moreno.
O diálogo se deu devido uma resolução da mesma OEA acertada há 33 anos, que declarou a reivindicação boliviana de "interesse continental", sobre a qual já foram realizadas inúmeras abordagens bilaterais e declarações multilaterais.
O presidente da Bolívia, o esquerdista Evo Morales, disse considerar a possibilidade de iniciar uma demanda internacional.
O Chile, governado pelo direitista Sebastián Piñera, e a Bolívia não têm relações diplomáticas desde 1978, após o fracasso das negociações sobre a questão marítima.
(Reportagem de Carlos A. Quiroga, Guido Nejamkis e Hugo Bachega)
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