
02 de novembro de 2008 | 16h10
O Governo da Bolívia disse neste domingo, 2, que "o lógico" é que os funcionários da agência antidrogas dos Estados Unidos (DEA, na sigla em inglês) abandonem o país após a suspensão de suas atividades anunciada pelo presidente, Evo Morales. Veja também: Evo suspende operações antidrogas dos EUA na Bolívia O ministro do Governo, Alfredo Rada, em entrevista à televisão estatal, apontou que "já não tem justificativa a permanência de agentes da DEA na Bolívia quando suas atividades estão suspensas". O presidente boliviano, Evo Morales, anunciou ontem a suspensão indefinida das operações da DEA na Bolívia depois de acusá-la de "espionagem", poucos meses após expulsar o embaixador americano em La Paz, Philip Goldberg. Rada ratificou as denúncias do presidente contra a DEA ao assegurar que a entidade se dedicava a "uma preocupante atividade propriamente política" e de "espionagem". "Foi detectado que há atividade de controle, de acompanhamento político e de escutas", denunciou o ministro Rada, que qualificou esses fatos de algo "inadmissível" e "absolutamente ilegal". Rada também assegurou que entre os recursos da DEA "bastante dinheiro foi desviado a atividades conspirativas e desestabilizadoras" contra o Governo. O ministro também destacou que "é possível encarar com esforços próprios, mas também regionalizados", a luta contra o narcotráfico. "Colocamos que a Unasul, a União de Nações Sul-americanas, forme não somente um organismo de acompanhamento ao que é a luta contra as drogas, mas também possa constituir um fundo regional", destacou. Rada reiterou que o Executivo espera reavaliar as relações com a DEA com o novo Governo americano, que sairá das eleições da próxima terça-feira, 4. "Trata-se de uma decisão tomada à espera de um novo Governo emergente das eleições que acontecerão nos EUA na próxima semana, caso melhores condições sejam geradas", acrescentou Rada. EUA Autoridades norte-americanas rejeitaram neste domingo as acusações feitas por La Paz de que membros da agência antidrogas dos Estados Unidos (DEA, na sigla em inglês) conspiraram contra o governo do presidente Evo Morales. Um funcionário do Departamento de Estado qualificou as denúncias de "falsas e absurdas". A Bolívia suspendeu a cooperação antidrogas com os EUA. (Com AP)
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