
14 de novembro de 2008 | 16h39
O governo da Bolívia afirmou nesta sexta-feira, 14, que "está proibida" a presença de agentes da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA) em seu território. O anúncio foi feito oficialmente duas semanas após a expulsão, sob acusação de espionagem, da agência antidrogas americana (DEA) - cujos equipamentos, como armas e veículos foram estatizados - e três depois de o presidente Evo Morales ter dito que também tinha a CIA "na mira." Veja também: Após expulsar órgão, Bolívia 'exige' ajuda antidroga dos EUA "Não existe nenhuma norma que habilite a presença desses agentes no território nacional e verificar sua presença no país seria um gravíssimo atentado a nossa soberania", disse nesta sexta em entrevista coletiva o vice-ministro boliviano de Coordenação com os Movimentos Sociais, Sacha Llorenti. Segundo o vice-ministro, o governo está investigando a presença no país de "agentes externos ou de bolivianos que sirvam a agentes externos." "O governo está decidido e não vai a dar um passo atrás", ressaltou ele. As relações entre La Paz e Washington passam por um momento crítico já que, além disso, Morales expulsou em setembro o embaixador dos Estados Unidos, Philip Goldberg, acusando-o de conspirar contra seu governo e de financiar seus opositores. A administração de George W. Bush respondeu declarando também "persona non grata" o embaixador boliviano em Washington, Gustavo Guzmán. Além disso, os Estados Unidos iniciaram um processo para deixar de fornecer à Bolívia os benefícios tarifários que concede aos países andinos para premiar seus esforços na luta contra o narcotráfico, ao considerar que o Governo boliviano não cumpre esses objetivos. Diante da sanção americana, o ministro de Governo boliviano, Alfredo Rada, disse que "exige" a cooperação dos EUA contra o tráfico de entorpecentes - mesmo tendo expulsando sua agência antidrogas.
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