
24 de novembro de 2007 | 21h32
Sucre viveu neste sábado seu segundo dia de choques entre a polícia e grupos de universitários, enquanto a maioria governista da Assembléia Constituinte boliviana segue reunida em um colégio militar, sem a presença da oposição, para aprovar o projeto de Constituição do presidente Evo Morales. Após quase 24 horas de enfrentamentos entre policiais e manifestantes, liderados pelos universitários, que terminaram com mais de 50 feridos , os choques voltaram a repetir-se nas primeiras horas deste sábado. Fontes da Cruz Vermelha confirmaram à Efe que até as 20h (de Brasília) foram atendidas treze pessoas com ferimentos, entre elas um policial e um jornalista. Ao meio-dia, centenas de universitários começaram a caminhar em direção ao colégio militar no qual os constituintes deliberam, que permanece cercado por vários cordões de policiais e militares. Os dirigentes e a oposição qualificaram a reunião da maioria governista de ilegal, por ocorrer em um quartel militar, por violar o regulamento da Assembléia e pela agenda prevista, que não incluiu a reivindicação de Sucre de voltar a ser a capital da Bolívia. Os líderes de Sucre pedem que o governo e o Parlamento, que estão em La Paz desde 1899, retornem à cidade, reivindicação que manteve a Assembléia paralisada durante mais de três meses. A maioria governista da Assembléia retomou, na sexta-feira, as sessões deliberativas, sem a oposição e em meio a distúrbios, com o objetivo de aprovar, até domingo, a maior parte do projeto constitucional do presidente Evo Morales. A sessão deste sábado contou com a presença de 147 constituintes, que às 20h (de Brasília) haviam aprovado quase a metade dos relatórios apresentados pelas comissões do fórum que estudaram os diferentes capítulos da nova Carta Magna. Em discurso realizado em Cochabamba, Morales afirmou que os constituintes de seu partido e seus aliados haviam se instalado no colégio militar "por razões de segurança". Segundo o presidente, o governo tem o apoio do povo e das forças sociais para terminar a nova Constituição até o dia 14 de dezembro, quando vence a prorrogação do prazo para a aprovação do texto da nova Carta Magna.
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