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Brasileira relata tensão à espera de resgate em Machu Picchu

20 dos 2 mil turistas ilhados em região próxima às ruínas incas são resgatados; chuva já matou cinco pessoas

Por Rodrigo Durão Coelho
Atualização:

Turistas são resgatados por helicóptero da polícia peruana. Foto: Efe/StringerSÃO PAULO  - A brasileira Maria Carolina Cordova, uma dos cerca de cem brasileiros ilhados por causa das chuvas na região peruana de Cuzco, perto das ruínas de Machu Picchu, afirma que o clima entre os turistas que aguardam um resgate na cidade de Águas Calientes é de tensão.  Veja também:

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link Chuva mata 5 no Peru e isola 2 mil turistas em Machu Picchu"A cidade está um caos, o clima está tenso demais. Todos ficam andando de um lado para o outro", disse Maria Carolina nesta terça-feira, por telefone, à BBC Brasil. A estudante de Direito brasileira chegou à cidade na segunda-feira, com um grupo de sete amigos, após atravessar uma trilha pelas ruínas de Machu Picchu. Fortes chuvas e deslizamentos bloquearam o acesso à região no domingo, deixando cerca de 2 mil turistas isolados. O governo peruano decretou estado de emergência e afirma já ter evacuado 20 pessoas, entre idosos e turistas. Para a brasileira, de 26 anos, uma das fontes de preocupação dos que estão em Águas Claras é a subida dos rios que margeiam o vilarejo. "Os rios não param de subir. Se eles transbordarem, vão inundar a cidade", diz Maria Carolina. Bolacha A brasileira conta que outro motivo de tensão entre os turistas ilhados são os mantimentos, cada vez mais escassos. "Os preços dispararam e o dinheiro está acabando", afirma. "Os locais que aceitam cartões de crédito estão sendo mais procurados, mas muita gente já não tem como comprar comida." "Alguns amigos meus já estão comendo só bolacha", acrescenta a brasileira. Maria Carolina afirma que passou a noite abrigada em um centro cultural local e teve sorte por estar com seu "próprio saco de dormir". "Os que não tinham eram obrigados a dormir em pedaços de papelão que estavam sendo vendidos", diz a brasileira. O Itamaraty afirma que as autoridades peruanas já organizaram uma operação de resgate, que inclui helicópteros, mas esperam que a chuva pare para iniciá-la. A única forma de acesso à área é por trem, e as linhas foram interrompidas no domingo após deslizamentos. As chuvas vêm danificando também sítios arqueológicos. O ministro peruano de Turismo e Comércio Exterior, Martin Perez, afirmou que "este ano está sendo absolutamente atípico". "Esta situação não aconteceu nos últimos 15 anos", disse Perez.

 

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