Brasileiros não conseguem deixar o Timor Leste após atentado

Três funcionários do governo têm dificuldades para voltar depois da tentativa de assassinato do presidente

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Por Isabel Sobral , Rosana de Cássia e da Agência Estado
Atualização:

Três integrantes do Ministério do Trabalho e Emprego do Brasil estão no Timor Leste sem poder deixar o país que está crise desde a tentativa de assassinato do presidente José Ramos-Horta no domingo, 10. Eles poderão retornar ao País somente na quarta-feira. Além do secretário executivo do ministério, André Figueiredo, e do chefe da Assessoria Internacional do ministério, Pedro Amaral Vieira, também está no Timor o secretário de Previdência Social, Helmut Schwarzer. Timor Leste decreta emergência após ataque Para Gusmão, situação no Timor está controlada Ex-premiê do Timor culpa ONU por atentados Após cirurgia, estado de Ramos Horta é estável Presidente do Timor Leste é baleado em casa  Eles viajaram para o Timor na semana passada para representar o Brasil na 8a. Reunião dos Ministros do Trabalho e Assuntos Sociais da Comunidade de Países de Língua Portuguesa. Em conversa por telefone com a Agência Estado, Helmut contou que houve uma tentativa de antecipar o vôo dos três funcionários mas, diante do reduzido número de vôos (há apenas dois vôos diários), eles só poderão sair do país na quarta-feira. "A tentativa de antecipar liberaria o governo de se preocupar com a nossa segurança. Seríamos então um problema para eles neste momento", afirmou Helmut Schwarzer. Andre Figueiredo disse que eles se encontram no hotel em Díli impedidos de sair para a rua porque foi decretado estado de emergência. Ele avaliou que os três estão se sentindo seguros porque há uma equipe da força de segurança portuguesa e da ONU que estão protegendo eles lá. Soldados amotinados feriram gravemente a tiros o presidente do Timor Leste, José Ramos-Horta, e emboscaram o primeiro-ministro numa fracassada tentativa de golpe. Um destacado líder rebelde foi morto em um dos ataques. Ferido no estômago, Ramos-Horta, prêmio Nobel da Paz, foi colocado sob coma induzido e ligado a aparelhos de respiração e levado de avião para um hospital da Austrália. Analistas prevêem uma nova fase de violência e instabilidade na pequena ex-colônia portuguesa no Sudeste Asiático. O porta-voz do Exército, major Domingos da Câmara, disse que o líder rebelde Alfredo Reinado e um de seus homens foram mortos no ataque à casa de Ramos-Horta, onde um dos guardas do presidente também morreu. O presidente, que dividiu o Prêmio Nobel da Paz de 1996 com o bispo Carlos Belo, é um dos maiores símbolos da luta não-violenta dos timorenses contra a ocupação indonésia que durou mais de 20 anos. Ramos-Horta foi operado por médicos militares australianos em Díli e transferido em seguida para um hospital em Darwin, no norte da Austrália. Esse país católico, que tem o português como uma das línguas oficiais, é um dos mais pobres da Ásia, mas tem reservas potencialmente lucrativas de gás e petróleo.

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