Calderón oferece plano de proteção a jornalistas no México

Projeto para aumentar a segurança dos repórteres deve ser implantado em outubro e será opcional

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Por Redação
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CIDADE DO MÉXICO- O presidente do México, Felipe Calderón, se comprometeu com a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) e com o Comitê de Proteção dos Jornalistas (CPJ) a inaugurar em outubro um plano para proteção de jornalistas, informa a edição online do jornal El Universal nesta quinta-feira, 23.

 

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O plano será similar ao colombiano, e não será obrigatório, nem instrumento para controlar a imprensa, disse Calderón, ao reconhecer que o México está dentre os países com maiores riscos para o exercício do jornalismo.

 

O plano incluirá proteção direta com mecanismos de segurança para o jornalista ameaçado, inclusive com a possibilidade de mudança de cidade ante riscos de sofrer um ataque.

 

Além disso, o presidente se comprometeu a relançar a reforma legal com o objetivo de fazer dos assassinatos de jornalistas crimes de ordem federal.

 

"(O plano) não é obrigatório, é uma opção que o jornalista pode usar. O compromisso que foi formalizado é precisamente que jamais iriam usá-lo para controlar os próprios jornalistas. É uma opção pessoal de cada jornalista recorrer a esse plano de proteção", disse Gonzalo Marroquín, vice-presidente da SIP, ao jornal El Universal.

 

Ainda segundo Marroquín, o plano "inclui medidas de prevenção para evitar os atentados ou que os jornalistas corram perigo, em uma primeira etapa; a proteção direta, usando forças de segurança para proteger jornalistas em casos extremos e mudá-los de cidade se for necessário, o que pode ser considerado uma medida de precaução para evitar o assassinato e proteger os jornalistas".

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Em um comunicado, a Presidência informou que o projeto intersetorial inclui um sistema de alerta, a criação de um conselho consultivo que permita identificar os motivos das agressões contra jornalistas, reformas legais para prevenir a prescrição dos crimes contra jornalistas, um pacote de segurança social e "práticas ideais do exercício profissional".

 

O encontro de Calderón e alguns de seus funcionários com entidades de liberdade de expressão acontece uma semana após o assassinato do fotógrafo Luis Carlos Santiago, do El Diário de Ciudad Juárez, o que levou o jornal a publicar um editorial no qual pede uma trégua aos grupos do narcotráfico.

 

Segundo a Comissão Nacional de Direitos Humanos, o homicídio de Santiago elevou a 65 a cifra de jornalistas mortos no país desde o ano 2000, o que levou a ONU e a OEA a considerarem o México como o país mais perigoso para exercer o jornalismo nas Américas.

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