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Casal Kirchner pode ter sido vítima de espionagem

Ex-chefe da Polícia de Buenos Aires é preso por participação em esquema de escutas; subchefe é destituído

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Por Redação
Atualização:

O escândalo envolvendo a espionagem de políticos na Argentina se agravou depois que um juiz afirmou que o esquema teria entre seus alvos a presidente Cristina Kirchner e seu marido, o ex-presidente Néstor Kirchner. Após um pedido do promotor Alberto Nisman, o ex-chefe da Polícia Metropolitana de Buenos Aires Jorge "Fino" Palacios foi preso, enquanto o subchefe da polícia da cidade Osvaldo Chamorro, foi destituído por envolvimento no caso.

 

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Foram achados dados pessoais do casal em uma pasta com o nome "osvaldo" em computadores da Security Consulting, pertencente a Jorge Palacios, que renunciou em setembro à chefia da polícia. Segundo o juiz Norberto Oyarbide, encarregado do caso, a investigação "ainda não está completa", mas ele admitiu que computadores apreendidos dos acusados de espionagem "também estavam dados muito pessoais" de Cristina e de seu marido.

 

O caso foi descoberto em outubro, quando foram divulgadas supostas escutas ilegais feitas por Palacios de um familiar de uma vítima do atentado contra a sede da Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), em Buenos Aires, em 1994. O ataque causou 85 mortes e deixou centenas de feridos, e Palacios responde a um processo na Justiça por cumplicidade. Para apagar os ecos do escândalo, a demissão de Palacios foi a primeira etapa do processo que revelou não só as escutas dos familiares do atentado, mas também de políticos, sindicalistas, empresários, jornalistas e o diretor do jornal La Nación, Bartomole Mitre.

 

Segundo a imprensa local, os computadores da agência controlada por Palacios possuíam informações sobre a situação patrimonial e financeira dos espionados. A prisão do ex-chefe de Polícia foi pedida com base nas acusações de violação de intimidade, abuso de autoridade e falsificação de documentos envolvendo o caso da Amia.

 

O secretário-geral da cidade de Buenos Aires, Marcos Peña, considerou que Chamoro cometeu uma "falta ética", já que ele não fez mais que recorrer a um banco de dados "que tem três milhões de consultas mensais". O juiz Oyarbide, contudo, acredita que as informações coletadas por Chamorro excederam o âmbito de simples consultas a bancos de dados.

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