
16 de setembro de 2010 | 20h13
TEGUCIGALPA- A chancelaria de Honduras entregou nesta quinta-feira, 16, aos familiares os cadáveres de outros dois hondurenhos mortos na chacina de 72 imigrantes no norte do México, aumentando para 15 o número de vítimas do país.
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Os corpos de William Giovanni Cortés Benítez, 22, e Jorge Alberto Osorto Sevilla, 30, foram entregues duas semanas depois após serem repatriados no México, pois foram retidos junto a outros dois cadáveres para sua identificação plena, concluída na terça após análises forenses.
O chanceler Mario Canahuati reiterou que o quarto corpo continua sem identificação e que há cinco cadáveres "pré-identificados" como hondurenhos no México.
Equador
Telmo Leonidas Llupa Chimborazo, um menor de 17 anos, é a primeira vítima equatoriana identificada no massacre.
A secretária Nacional do Migrante do Equador, Lorena Escudero, informou hoje em coletiva de imprensa que o corpo foi identificado porque as autoridades mexicanas e equatorianas trocaram provas de laboratório, como amostras de sangue e DNA.
Segundo Lorena, o governo equatoriano ficará responsável pela repatriação do cadáver, que deve ocorrer entre dez e doze dias.
A funcionária destacou que ainda pode haver mais cinco equatorianos entre os assassinos, mas disse que no momento ainda não há mais "informações específicas".
Brasileiros
O Ministério de Relações Exteriores informou ontem que foi identificado o corpo do mineiro Hermínio Cardoso dos Santos, de 24 anos, entre os mortos na chacina.
As autoridades mexicanas já tinham identificado o corpo de outro mineiro, Juliard Aires Fernandes, de 20 anos, mas haviam encontrado apenas os documentos de Santos.
A família do jovem já foi avisada sobre a identificação do corpo, que será trasladado para Minas Gerais juntamente com o de Fernandes.
Santos era natural da cidade de Sardoá e Fernandes de Santa Efigênia de Minas, localidade próxima a Gonzaga, de onde era Jean Charles de Menezes, morto por policiais em Londres ao ser confundido com um terrorista.
Os dois mineiros, que eram amigos de infância, tinham ido no início do mês passado a Governador Valadares, onde pagaram R$ 24,5 mil cada um a agenciadores que os ajudariam a entrar ilegalmente nos EUA pelo México. Desde então, os parentes não tiveram mais notícias dos dois.
Chacina
A polícia acredita que os imigrantes foram mortos por traficantes do cartel Los Zetas após se negarem a trabalhar como matadores de aluguel para os criminosos.
As únicas testemunhas do crime são o equatoriano Luis Freddy Lala Pomavilla, que entrou em contato com as autoridades, o hondurenho sob proteção policial que colabora com as investigações no México, e o terceiro sobrevivente, ainda não identificado.
Lala, no entanto, afirmou à imprensa oficial de seu país que viajava em um grupo de 76 pessoas, deixando aberta a possibilidade de que existam mais duas testemunhas para o crime.
Desde 2006, a violência relacionada ao tráfico de drogas no México deixou mais de 28 mil mortos, a maioria na área fronteiriça com os EUA. O governo destacou 50 mil militares para combater os traficantes.
Atualizado às 21h33
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