26 de agosto de 2009 | 09h07
"Temos de nos preparar para a ruptura de relações com a Colômbia, Nicolás. Isso vai acontecer", disse Chávez a seu chanceler, Nicolás Maduro, numa transmissão da TV estatal.
Chávez afirma que o acordo militar, que dará aos EUA acesso a sete bases militares na Colômbia, é uma ameaça "imperialista" para isolar o seu governo esquerdista, e que isso poderá levar a uma guerra na América do Sul.
EUA e Colômbia negam qualquer intenção de agredir a Venezuela, e afirmam que será mantido o limite atual de 800 soldados norte-americanos em território colombiano.
As preocupações de Chávez, no entanto, encontram eco entre governos latino-americanos mais moderados, inclusive o do Brasil, principal potência regional.
Na sexta-feira, governos sul-americanos realizam em Bariloche (Argentina) uma cúpula para discutir a presença militar dos EUA na Colômbia.
Venezuela e Colômbia têm um intercâmbio comercial de 7 bilhões de dólares por ano, mas Chávez diz que pode substituir as importações de produtos colombianos por outros países que considera seus aliados.
Atritos entre Chávez e seu colega colombiano, o conservador Álvaro Uribe, são comuns, mas desta vez parecem mais profundos. Neste mês, o venezuelano retirou seu embaixador de Bogotá, mas o restituiu ao seu posto dias depois. Na segunda-feira, a disputa recomeçou quando o governo de Uribe acusou Caracas de interferir nos seus assuntos internos.
A polêmica também prejudica a boa-vontade que o presidente dos EUA, Barack Obama, havia angariado na região quando disse que pretendia recomeçar as relações de Washington com a América Latina.
As autoridades norte-americanas buscam minimizar a polêmica em torno do acordo militar, alegando que seu objetivo é apenas manter o programa de combate ao narcotráfico, afetado pela não-renovação da concessão para o uso da base equatoriana de Manta, por decisão do governo esquerdista de Quito.
(Reportagem adicional de Frank Jack Daniel)
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