Chávez aumenta pressão sobre a Globovisión na Venezuela

PUBLICIDADE

Por DANIEL WALLIS
Atualização:

O governo da Venezuela está aumentando a pressão sobre o canal de TV Globovisión, última rede importante que mantém oposição ao governo do presidente Hugo Chávez. Na segunda-feira, o governo interveio num banco que pertence a um diretor da emissora, Nelson Mezerhane, na mais recente de uma série de medidas contra a Globovisión. Em fevereiro, o diretor de notícias da emissora pediu demissão em circunstâncias obscuras, dando margem a especulações sobre a pressão do governo. Seu maior acionista, Guillermo Zuloaga, foi detido em março sob acusações como a de difamar Chávez. Na semana passada, as autoridades emitiram mandado de prisão contra Zuloaga e invadiram sua residência em Caracas. Conhecido por seu jornalismo partidário e às vezes fora de tom, a Globovisión é uma plataforma crucial para a oposição a Chávez, que multiplicou a quantidade de jornais e TVs governistas nestes seus 11 anos de poder. Os chavistas dizem que é importante se contrapor ao poder dos veículos privados de comunicação, em geral hostis à "revolução socialista" em curso no país. Mario Silva, um jornalista simpático ao governo, elogiou na segunda-feira as medidas contra os diretores da Globovisión e chamou Mezerhane de "turquinho ladrão." Vestindo jaqueta e gorro militar, semelhante aos que Chávez costuma usar, Silva disse que o logotipo da Globovisión ainda vai ganhar uma boina e a cor vermelha como homenagem a Chávez e ao socialismo. Zuloaga havia dito antes, num telefonema não revelado à Globovisión, que era vítima de uma caça às bruxas por parte de Chávez, que estaria tentando calar o canal. O empresário acrescentou que não pretende se entregar. O governo o acusa de manter ilegalmente 24 veículos Toyota para, segundo autoridades, manipular os preços. Ele pode ser condenado a uma pena de um a cinco anos de prisão.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.