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Chávez chama comissão de direitos humanos da OEA de 'máfia'

Atualização:

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, disse nesta quinta-feira que deixará a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos por considerá-la uma "máfia" e seu chefe um "excremento" após um relatório criticar seu histórico. A CIDH, maior grupo de direitos humanos do hemisfério Ocidental, divulgou um duro relatório de 300 páginas na quarta-feira, no qual afirmou que a liberdade de imprensa e o direito de protestos pacíficos foram restringidos. O grupo, parte da OEA, disse que a "intolerância política" prevalece na Venezuela. Em entrevista coletiva com jornalistas estrangeiros, Chávez leu uma carta escrita pelo chefe da CIDH, Santiago Cantón, durante o breve golpe de Estado que o depôs, em 2002, na qual reconhecia a legitimidade das autoridades que o substituíram. "Santiago Cantón, excremento executivo, excremento puro", disse Chávez. "Nos prepararemos para renunciar o acordo no qual a Venezuela é um membro desta abominável Comissão Interamericana de Direitos Humanos, e a deixaremos. Para quê? Não vale a pena, é uma máfia lá", declarou. O relatório elogiou o governo de Chávez por erradicar o analfabetismo, reduzir a pobreza e aumentar o acesso de venezuelanos mais pobres ao sistema de saúde, mas indicou que os avanços sociais e econômicos não justificam o sacrifício de direitos civis fundamentais. A crítica do órgão de 34 países, sediado em Washington, reflete as queixas de seus opositores, que alegam que Chávez é um ditador em formação e que enfraqueceu a independência do Legislativo e do Judiciário, enquanto fechou a imprensa opositora. Um crescente número de grupos de direitos humanos alerta que o governo de Chávez usa seu poder contra seus oponentes. Chávez disse que os relatórios são parte de uma conspiração para desacreditar seu governo, e disse que países com históricos piores de direitos humanos, como o México e a Colômbia, não enfrentam tamanhas críticas. (Reportagem de Frank Jack Daniel)

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