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Chávez comemora aniversário de golpe frustado de abril de 2002

Militares juram nunca tentar derrubar presidente, que deseja o 'desaparecimento do império ianque'

Atualização:

CARACAS - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, celebrou na madrugada da terça para a quarta-feira os oito anos do aniversário do golpe de Estado de 11 de abril de 2002 que o colocou novamente no poder e ouviu o juramento de 30 mil militares se comprometendo a impedir um novo episódio do tipo, informou o jornal espanhol El País nesta quarta-feira, 14.

 

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O ato, batizado como o Dia da Milícia Bolivariana, do Povo em Armas e da Revolução de Abril, foi celebrado na Avenida Bolívar, em Caracas, e foi transmitido em cadeia nacional de rádio e televisão. Anteriormente, o presidente havia lançado a Operação Trono Comunicacional, com o objetivo de contra-atacar a informação dos veículos críticos ao governo.

 

Chávez utilizou a espada de Simón Bolívar para o juramento, no qual os milicianos se comprometeram a, se necessário, dar a vida "pela independência da nação, pela construção do socialismo junto ao povo e pela revolução socialista".

 

Antes do juramento, Chávez advertiu que "no 11 de abril de 2002 não terminou". "A ameaça golpista e imperialista não terminou nem terminará a curto prazo, porque ainda há venezuelanos que apoiam os EUA e buscam maneiras de desestabilizar o país", disse o presidente.

 

"Aí estão o governo ianque e seus governos lacaios, como o da Colômbia, que busca maneiras de agredir a Venezuela", disse o mandatário. Chávez, porém, disse que "assim como o 11 de abril não terminou, a batalha contra o imperialismo americano também se dá todos os dias".

 

O caráter militar do ato serviu para que Chávez lembrasse que a Venezuela não é uma "ameaça" para ninguém e que não começou uma "carreira armamentista", como, segundo ele, é dito no exterior. "É preciso muito cinismo para dizer isso tudo se quem o disse foi o império ianque, que um dia desaparecerá da face da Terra", esbravejou o venezuelano.

 

A reposição de Chávez na presidência ocorreu no dia 13 de abril, depois que milhões de cidadãos das classes pobres saíram às ruas para protestar contra o golpe. Ao mesmo tempo, as tropas militares resgataram o presidente na ilha de Orchila e levaram de volta a Caracas.

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