
29 de setembro de 2011 | 19h07
A estatal PDVSA tem uma participação societária de 40 por cento na refinaria de Abreu e Lima, que está sendo construída em Pernambuco e terá capacidade para 230 mil barris de petróleo por dia. Mas divergências sobre os termos do projeto têm retardado a conclusão de um acordo definitivo sobre a participação venezuelana.
Um executivo da Petrobras disse em agosto que a PDVSA tem até o final de novembro para apresentar verbas e garantias de crédito, sob pena de precisar deixar a parceria e reembolsar a empresa brasileira por sua parte nos gastos feitos até agora na obra.
"Para mim é inexplicável ... Acho que há alguns setores ou atores na Petrobras que não querem o acordo. Estou convencido disso, e tenho na minha agenda conversar com a presidenta, a minha querida Dilma (Rousseff)", disse Chávez.
A Petrobras diz que se a PDVSA não honrar seus compromissos, a estatal brasileira irá construir sozinha a refinaria pernambucana.
O projeto, que ao ser apresentado em 2005 tinha um custo estimado em 4 bilhões de dólares, já teve seu valor reajustado para 13 bilhões. Mas Chávez disse que a PDVSA não vê inconvenientes em pagar mais.
"Temos o dinheiro na mão ... Dizem que o Chávez não vai pagar, que a Venezuela não vai pagar. Isso não é verdade", disse o presidente a jornalistas no Palácio de Miraflores, em Caracas.
"Se não é uma coisa, é outra, ou outra, ou outra. Eles tiram coisas da manga ..., mas é a Petrobras, não o governo Dilma", afirmou ele, acrescentando que a questão é a "ovelha negra" nas relações bilaterais. "É como uma pedra no sapato."
(Reportagem de Andrew Cawthorne)
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.