Chávez declara emergência elétrica na Venezuela

Governo culpa seca por crise energética que país enfrenta; problema afeta popularidade chavista

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Por Reuters
Atualização:

O presidente Hugo Chávez declarou nesta segunda-feira, 8, emergência elétrica na Venezuela devido a crise energética que afeta negativamente a popularidade do mandatário e obriga o país petroleiro a racionar energia há meses. "Estamos prontos para decretar emergência elétrica, porque na verdade é uma emergência", disse Chávez em um programa da rádio estatal.

 

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O governo culpa pela situação uma seca que esvaziou a gigantesca represa de El Guri, responsável por 70% da geração de energia no país. Analistas, contudo, creem que a crise é resultado de anos de desinvestimento no setor e responsabilizam Chávez por não ter se preparado para o aumento da demanda, depois de cinco anos de bonança elétrica.

 

O decreto de emergência permite ao governo acelerar a transferência de recursos para enfrentar o problema, cujo plano consiste no aumento de usinas termoelétricas, racionamento em empresas e particulares e o bombardeio de nuvens para causar chuvas em áreas estratégicas do país.

 

"Faço um chamado a todo o país, apaguem as luzes. (Estamos ante) a maior seca que a Venezuela teve nos últimos cem anos", acrescentou o presidente, acompanhado de seu vice e dos ministros de Energia, Eletricidade e de Finanças.

 

Cerca de 40% dos venezuelanos culpam o Executivo pelo problema elétrico, frente a 25,8% que culpam o clima e 11,3% o desperdício dos cidadãos, segundo uma pesquisa publicada nesta segunda pela imprensa local.

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O racionamento de água e luz está atingindo a popularidade de Chávez meses antes de cruciais eleições legislativas, já que o Executivo precisa manter sua maioria para aprovar com facilidade as profundas reformas com que Chávez pretende levar a Venezuela ao socialismo.

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