
17 de setembro de 2007 | 17h55
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ameaçou nesta segunda-feira, 17, nacionalizar qualquer escola privada que se negue a ensinar os doutrinamentos de seu governo socialista. "A sociedade não pode aceitar que o setor privado faça o que quiser", expressou Chávez, em um momento em que o governo elabora um novo currículo escolar. Todas as escolas, tanto públicas como privadas, deverão permitir a entrada de inspetores do governo e submeter-se às padronizações. Do contrário, serão fechadas e nacionalizadas, e o Estado será responsável pela educação das crianças, disse Chávez. A nova grade escolar sairá no final do ano escolar, e os novos livros ajudarão a educar o "novo cidadão", disse o ministro da Educação, Adán Chávez, irmão do presidente. Ambos participaram de uma cerimônia na inauguração do ano escolar, realizada em um colégio público em El Tigre, televisionada a todo país. Os opositores de Chávez o acusam de tentar doutrinar os jovens venezuelanos com a ideologia socialista. Mas o ministro da Educação alega que o objetivo é desenvolver um "pensamento crítico e reflexivo", não um pensamento único. "Nós sim queremos criar uma ideologia, a nossa, coletiva, criativa, diversa, múltipla", disse o presidente, e acrescentou que isso ajudará a desenvolver valores de "cooperação e solidariedade". Todas as escolas da Venezuela deverão "subordinar-se à Constituição e ao projeto educacional nacional, ao sistema educacional nacional, ao sistema educacional bolivariano", ameaçou Chávez, afirmando que "quem não quiser, terá que fechar sua escola". Antecipando-se às críticas, o presidente adiantou que o papel do Estado como regulador da educação é aceitado internacionalmente, e que não seria possível a um administrador de escolas pedir autonomia em países como Alemanha e EUA. "Nos ensinavam a admirar Cristóvão Colombo e o Superman" disse Chávez, concluindo que a educação capitalista havia destruído os "valores dos rapazes".
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